Neste texto, a Re Inforzato que mora em Paris e escreve no blog Direto de Parisnos conta sobre Honfleur, uma ótima opção de bate e volta saindo de Paris.
No sábado da semana passada, uma amiga, que mora aqui em Paris há muitos anos, me convidou para ir a Honfleur no dia seguinte. Como gosto muito dela, aceitei, mas já fiquei logo pensando no programa de índio que iria ser, porque chovia desde o dia anterior e conhecer uma cidade nova debaixo de chuva só vale a pena se você não tem mesmo outro dia para ir. Mas algum santo ou caboclo deve ter ficado com dó das minhas curtas férias, porque no domingo cedinho não havia nada de chuva. Só não dava pra saber se iria fazer sol, pois às sete da manhã no inverno ele ainda não nasceu.
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Já tinha visto fotos e informações de Honfleur em vários livros que comprei (sou meio viciada em comprar livros e já tenho muitos sobre a França). Mas a beleza da cidade ao vivo é impressionante. E ainda mais debaixo de sol, um sol frio, mas que apareceu. Para começar, ao deixarmos o carro no estacionamento, a primeira coisa que vimos foi o vieux bassin (algo como velhas docas). É como se fosse um retângulo, ou a praça central de uma cidade do interior: três lados são compostos por três ruazinhas (chamadas de Quais), com construções centenárias grudadas umas nas outras, e o quarto lado é o Sena. Já no meio, em vez dos bancos e dos jardins de uma praça tradicional, encontramos água. O efeito do reflexo das “casinhas” na água é lindo. E, ao ver esse cenário de tirar o fôlego, já sabia que meu dia seria muito legal.
Honfleur é uma cidade muito antiga. Suas origens remontam ao século XI. Por estar situada na margem esquerda do Sena e perto de sua foz, assim como do mar, a cidade foi um importante porto para as mercadorias na rota Rouen-Inglaterra. Também foi de Honfleur que saíram os barcos franceses para as grandes navegações, principalmente para a América do Norte. Em 1608, a expedição de Samuel de Champlain partiu do porto de Honfleur para fundar Quebec, no Canadá. E até o Brasil entra na história: em 1503, Binot Paulmier de Gonneville parte também de Honfleur e chega à costa brasileira.
Outro fato importante na trajetória da cidade aconteceu em meados do século XIX. Por causa do pintor Eugène Boudain, Honfleur torna-se um local de grande importância artística. Boudain, que nasceu na cidade, é um dos amigos de Monet e influencia bastante o começo da carreira do mestre dos impressionistas. E não só os dois artistas, mas vários pintores da época inspiram-se nas belas paisagens de Honfleur para compor suas obras, em estadias que duravam até meses. Não é à toa que, ao se estudar o impressionismo, ouvimos falar da “Escola de Honfleur”, nome dado a essa reunião de mestres que “pintavam a cidade”.
Honfleur também foi uma das poucas cidades da Normandia poupadas da destruição da Segunda Guerra Mundial. Assim, o centro histórico está totalmente preservado. Suas construções em ardósia, no estilo típico normando, hoje abrigam diversos comércios e galerias de arte, que ficam abertos o dia todo. E olha que fomos em um domingo! As casas ao redor do bassin têm uma curiosidade: o último andar é voltado para a rua de trás, o que faz com que muitas delas tenham dois proprietários diferentes.
Por todo o centro, encontramos simpáticos restaurantes, e vários com preços realmente em conta, pelo tanto que oferecem. Como toda cidade portuária, a especialidade local são os frutos do mar, principalmente os Moules (Mexilhões). Apesar de ser um prato de origem belga, em quase todo restaurante de Honfleur podemos encontrar Moules Frites, que é servido com batatas fritas (frites), daí o nome. Mas também há diversas outras variações de pratos com peixes, camarões, lagostas, etc. O menu básico (entrada e prato ou prato e sobremesa), podemos encontrar por 12,50 euros. Mas há menus mais completos com um preço um pouco ou bem maior. Nós optamos pelo Le Hamelim (http://www.lehamelin.com/ ) e escolhemos o menu completo (entrada, prato e sobremesa). Comemos muito bem: como entrada, uma sopa de frutos do mar. O prato foi um faux filet (tava com saudade de um bife!), muito bom, com batatas e sem nervos, e a sobremesa um moelleux de chocolate (Petit Gâteau). E junto com a garrafa de vinho e o café, a conta saiu apenas 20 euros para cada uma. Foi uma refeição para aguentar o dia todo, andando sem parar.
Já sobre hospedagem, não posso falar muito, pois foi bate e volta. Mas vi alguns hotéis perto da estação, como o Etap, e também outros mais charmosos pelo centro histórico. No site da cidade, ao final do texto, você pode encontrar várias opções.
O que ver em Honfleur?
Olha, o gostoso na cidade é andar com calma, admirando o centro, as lojinhas, as galerias, enfim, andar sem rumo pelo charme do lugar. Algumas atrações de Honfleur são:
* Os dois antigos celeiros de Sal, do século XVII, que hoje são usados como locais de eventos. No domingo em que fomos, havia uma exposição de quadros de artistas amadores em um deles.
* As igrejas, com destaque para a de Santa Catarina, do século XV, inteirinha de madeira e que possui o campanário localizado em separado da igreja, ou seja, do outro lado da rua. Ele, o campanário, funciona como um museu de arte sacra.
* Museu Eugène Boudain – possui obras do pintor e de outros artistas que passaram temporadas na cidade. Também possui objetos típicos da Normandia, como móveis, roupas, etc.
Horários:
De 15 de março a 30 de setembro: todos os dias, menos terças, de 10 às 12h e de 14 às 18h.
De 1º. De outubro a 14 de março: durante a semana, menos terças, das 14h30 às 17h30; finais de semana: das 10 às 12h e das 14h30 às 17h30.
Tarifa: 6,50 euros. Reduzida: 5 euros
Mais informações: http://www.musees-honfleur.fr/
* Museu da Marinha – que funciona na antiga igreja de Santa Etienne, às margens do Vieux Bassin. Possui uma coleção de todas as atividades ligadas ao mar: construção naval, pesca, artesanato e o comércio, principalmente dos séculos XVIII e XIX.
Horários: fevereiro, março, outubro e novembro – de terça a sexta, de 14h30 às 17h30. Sábados e domingos: 10h às 12h e de 14h30 às 17h30.
De abril a setembro: de terça a domingo, de 10h às 12h e de 14h às 18h. Fechado às segundas.
Como produtos típicos, vale a pena comprar os biscoitos, que vêm em lindas caixinhas decoradas com a paisagem da cidade, chocolates e queijos. E não se esqueça das bebidas, como a Cidra (bebida alcoólica feita da fermentação da maçã) e a Poiré (que é semelhante à Cidra, mas feita com Pêra).
Fiquei o dia todo em Honfleur, desde 10 da manhã até as seis da tarde. E olha que é inverno aqui na França, imagine essa cidade a partir de abril!
Como chegar?
Para chegar em Honfleur de carro, a partir de Paris, pega-se as estradas A13 e A 29. São três pedágios por trecho.
Por trem: Não há trens diretos. A partir de Paris, na estação Saint Lazare, você pega o trem até a cidade de Lisieux ou Deauville/Trouville. Chegando a uma dessas cidades, na própria estação em que você descer, pegue um ônibus da companhia Verts Du Calvados até Honfleur.
Mais informações:
www.sncf.com – para saber sobre os trens
http://www.busverts.fr/ – para saber sobre os ônibus.
http://www.ot-honfleur.fr/ – Oficina de Turismo de Honfleur
Ai que delícia! Estive em Honfleur há taaaaanto tempo! Muito bom ver este post com histórias que eu nem sabia!
Fui passar uns dias na casa de uma amiga em Le Havre e ela me levou a vários lugares lindos na região. Honfleur foi um deles;em um domingo de junho. Ainda me lembro que no fim da tarde, no horário certo da maré para a saída dos barcos do Vieus Bassin, começa a maior festa com música e os barcos começavam a se enfileirar para sair dalí.Muito lindo! 🙂
Lena, a região é um sonho, né? Vou voltar lá no verão só pra ver essa saída de barcos que vc falou…bjssss
lena, vou lá em janeiro e juro que volto aqui pra te contar…. mas já sei que vou sentir o mesmo que você! estou cheia de expectativas..
🙂
Maravilhosa!
Passarei por Honfleur em setembro. Anotei as dicas.
[…] s.parentNode.insertBefore(po, s); })(); Ano passado, a Re Inforzato (que mora em Paris) escreveu aqui no Aprendiz sobre o dia que passou em Honfleur (vale a pena ler o post pra saber mais da história da cidade), […]
estou indo para lá amanhã, saio daqui de Porto Alegre as 20.40 hs pois minha filha, genro e netos éstão residindo naquela linda cidade desde julho/2012 e já fui tres vezes
Adorei o post, estive em Honfleur em maio de 2013,acompanhada de meu filho que mora em Paris, eo mardão,se não me engano almoçamos em Etretat, e depois seguimos para lá, foi uma surpresa deslumbrante, o lugar é lindo, aquelas ruazinhas encantadoras… Foi inesquecível… Fiquei com gosto de quero muito mais, volto este ano no verão…..