Um dos maiores estados em área dos EUA (5o) e um dos menos povoados (37o), com apenas 2 milhões de pessoas em uma área maior que o estado de São Paulo, confesso que eu não ficava muito animada em visitar o Novo México. Ele está entre o Texas, onde moramos, e o Arizona, que já visitamos algumas vezes, e acabava sempre deixando uma visita para um futuro distante, sem previsão. Mês passado acabei encontrando com os blogueiros Ana e Rodrigo do 1000 dias enquanto eles passavam aqui por Austin vindos do Novo México e eles me incentivaram muito a conhecer o estado: falaram de Santa Fé, Roswell, Carlsbad Caverns e Taos, que tem a aldeia indígena habitada continuamente mais antiga do país.
Por que visitar o Novo México?
O estado tem 19 povos indígenas (vários com suas aldeias – os pueblos – em diferentes estágios de preservação) e traços de civilizações antigas (estima-se que os Anasazi tenham vivido na área das montanhas há 10 mil anos, deixando resquícios de suas aldeias e pinturas rupestres), parques nacionais diversos (Carlsbad Caverns, White Sands, Petroglyph National Monument, Bandelier National Monument, entre outros), uma cidade que é a capital mundial do balonismo (Albuquerque, que tem um festival em outubro, o Balloon Fiesta), a capital mais alta e antiga dos EUA (Santa Fé, cidade dos artistas, galerias de arte e arquitetura adobe), a cidade que teoricamente recebeu a visita de extra-terrestres e ficou famosa pela suposta “área 51” (Roswell), uma cidade onde criou-se um laboratório secreto e construiu-se a bomba atômica (Los Alamos), uma cidade que tem o pueblo mais bem preservado e antigo do país (e dizem que o mais bonito), Taos. Sem falar em áreas para esqui e esportes na neve, muitas trilhas para quem gosta de caminhadas e acampar, áreas selvagens não faltam nesse imenso estado pouco habitado.
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As distâncias são grandes: de Carslbad, no sul do estado, até Albuquerque, já nas montanhas ao norte, são 4 horas e meia de carro. Até Santa Fé, mais 1 hora. De Santa Fé a Taos, outra hora. De Carlsbad ao White Sands National Monument, mais 3h (não fomos porque era fora de mão no nosso roteiro, ficou para a próxima).
O clima é desértico e nas cidades de Albuquerque, Santa Fé e Taos por exemplo, é um deserto de montanha, influenciado pela altitude (as cidades estão em torno de 2 mil metros), recebendo neve durante o inverno (que é uma fonte de água importantíssima para eles). Justamente por causa do clima de deserto + altitude, faz bastante frio no outono, inverno e início da primavera, mas no verão as temperaturas são bem altas. Agora em março pegamos ainda bastante frio, com temperaturas entre 0-18 graus, a média ficou em torno de 10 graus a maior parte da viagem. Em um mês a paisagem vai estar bem diferente, já primaveril e com temperaturas mais amenas. Pelo menos o sol é quase garantido, Santa Fé por exemplo tem mais de 300 dias de sol por ano, pegamos céu azul praticamente todos os dias.
Com crianças
Estranhamente o Novo México foi o estado menos kid-friendly que a gente já visitou. Raros eram os restaurantes e estabelecimentos comerciais que tinham trocador de bebê nos banheiros, que são super comuns nos EUA. Acabávamos trocando a fralda do Eric na mala do carro mesmo. Menu infantil nos restaurantes também praticamente não encontramos, na maioria das vezes pedimos algum prato do menu normal pras crianças dividirem ou o restaurante concordou em fazer alguma meia porção pras crianças. Giz de cera e papel pra colorir também super comuns nos restaurantes pelo país a gente praticamente não encontrou, usamos os que trouxemos. Então se for viajar com crianças pequenas, esteja bem preparado!
Cidades e Atrações
Albuquerque
É a maior cidade do estado, e onde fica o aeroporto internacional. É uma cidade bastante espalhada, tem vários museus interessantes, e é conhecida pelo balonismo. No início de outubro durante 9 dias acontece o maior festival de balões do mundo, o Balloon Fiesta, que reúne balonistas para competições diversas e vôos de lazer. Claro que a cidade fica cheia durante o festival, e a dica que recebi do departamento de turismo da cidade foi visitar durante a semana, que fica bem menos cheio (os finais de semana do festival concentram o público e os eventos, durante a semana você ainda vai ver centenas de balões todos os dias sem o congestionamento do final de semana). E sim, você pode fazer um vôo a lazer durante o festival, no meio daqueles balões todos (vai custar o dobro do preço normal, saindo de dentro do campo do festival). Atrações bacanas: o Anderson-Abruzzo Albuquerque International Balloon Museum, o museu de ciências interativo Explora (pra crianças), o passeio de bondinho até o Sandia Peak, a cidade antiga (Old Town), entre outros (vou fazer um post separado!).
Santa Fé
É a pequena e artística capital do estado, a segunda mais antiga cidade americana e a capital mais alta, a 2 mil metros. São menos de 100 mil habitantes, e um sem-número de artistas que se mudaram de diversas partes dos EUA. A cidade tem uma das maiores concentrações de galerias do país, muitas de arte indígena, mas você encontra de tudo. Vários museus interessantes, muitos restaurantes ótimos, e a arquitetura no estilo pueblo revival, que foi na verdade uma invenção local, os governantes determinaram esse estilo de construção e cores – lembrando aos pueblos indígenas – para que a cidade tivesse o estilo que tem hoje. Alguns dos museus bacanas que vimos por lá foram o Museum of Indian Arts and Culture, o Museum of International Folk Art e o Georgia O’Keeffe Museum, também vai ter um post separado sobre Santa Fé, aguardem!
Roswell
É literalmente uma micro cidade no meio do nada, e só vale a visita se você for realmente um fã de ficção científica. Tem o International UFO Museum que conta a história de como supostamente um disco voador com 5 aliens caiu num campo perto da cidade, foi encontrado por moradores e depois o exército chegou e cercou tudo, desmentindo que qualquer coisa tivesse acontecido e negando toda a história. Muitas lojas de souvenirs vendem tudo de aliens que você pode imaginar e uma delas (a Alien Zone) tem um monte de cenários engraçadinhos pros turistas tirarem fotos. Infelizmente quando passamos em Roswell, pouco depois das 17h, estava tudo fechado e não vimos nada.
Carlsbad
É a porta de entrada para o Parque Nacional Carlsbad Caverns, que fica 30 minutos ao sul da cidade. Como a cidade está bombando por causa da exploração de petróleo, os hotéis estão absurdamente cheios e caros – um motel dois estrelas vai sair por quase 200 dólares a noite. As cavernas valem a pena: visitamos apenas a principal, Carlsbad Cavern, que tem um salão principal gigantesco (e muito bem sinalizado e organizado para visitação). São mais de 1.000m de comprimento, mais de 100m de largura e o teto super alto, chegando a mais de 70m em certos pontos. A caverna é lindíssima, certamente a maior e mais bonita que já visitei. O passeio pelo salão principal leva mais de uma hora em uma trilha pavimentada e bem sinalizada.
Taos
É uma cidadezinha famosa pelo esqui e o pueblo mais antigo e preservado do país, Taos pueblo. Acabamos não visitando por um motivo simples: o pueblo estava fechado para os turistas no período da nossa visita. Os índios de Taos são muito cuidadosos com a preservação da sua história e costumes, e abrem e fecham o pueblo de acordo com o seu calendário de danças e rituais. Então é super importante consultar o site de turismo da cidade antes de ir pra saber se o pueblo estará aberto ou fechado nas datas da sua viagem. A Ana e o Rodrigo pegaram uma época de danças sagradas, que eles puderam assistir mas não fotografar.
O Bandelier National Monument é o parque nacional que fica no cânion onde viveram os Anasazi, o povo ancestral que deu origem aos povos indígenas da região, e você pode ver as cavernas que foram habitadas por esse povo há 10 mil anos. Nós fizemos a trilha principal, que era a mais adequada com as crianças, que passa por dentro do cânion em frente as cavernas e você pode subir pelas escadas de madeira e entrar em algumas delas. O lugar é lindo e o passeio foi interessantíssimo, gostamos muito. A Julia adorou entrar nas cavernas, foi uma diversão pra ela.
O Petroglyph National Monument fica bem pertinho de Albuquerque, é uma área de muitas trilhas com mais de 20 mil desenhos nas rochas vulcânicas. As trilhas tem vários níveis de dificuldade, e nós fizemos apenas as mais simples no Boca Negra Canyon, que não envolviam muitas subidas. Tanto o Bandelier National Monument, Petroglyph National Monument e Carlsbad Caverns National Park fazem parte do programa de Junior Ranger, do qual já falei quando fomos ao Grand Canyon, com atividades para as crianças.
O White Sands National Monument fica a oeste de Carlsbad Caverns e é uma área de 710km quadrados com dunas branquíssimas. Uma área do parque foi usada como uma das áreas de teste para a bomba atômica que estava sendo desenvolvida em Los Alamos, e até hoje os militares fazem testes de mísseis nesse mesmo local, então o parque pode ser fechado por conta disso.
Acoma Pueblo
É depois de Taos o segundo pueblo mais antigo e preservado. Este fica 1h a oeste de Albuquerque, no alto de uma “mesa” (que é como eles chamam as chapadas aqui). O apelido desse pueblo é “sky city” ou a cidade do céu. Deve ser bem interessante e bonito, acabamos desistindo de ir por causa do clima (estava muito frio e estávamos todos doentes!).
Ainda existem outros tantos parques nacionais no Novo México, esses são apenas alguns. Você conhece o Novo México, tem alguma dica de lugar interessante que não falei aqui? Em breve vou publicar posts específicos das cidades e atrações que visitamos.
Meus agradecimentos a Carlsbad CVB, Albuquerque CVB e Santa Fe CVB, que gentilmente cederam ingressos para atrações e hotéis para a nossa viagem.
Outros posts sobre o Novo México:
O que fazer em Albuquerque, Novo México
O que fazer em Santa Fé, Novo México
[…] […]
Super legal!!! Queria ter conhecido um pouco mais dessa região dos EUA (Texas e NM)
Fica para uma próxima….
Oscar, quando quiserem vir pra esses lados é só falar 🙂
Parabéns Luciana. Ficou tudo muito legal. As fotos estão lindas e bem bacana o fato das crianças estarem junto. Em lugares assim, muita gente acha que eles não cabem; mas couberam e muito bem!!! Um bj
Debora, obrigada! O negócio é estar preparado pra viajar com as crianças né, com um pouco de planejamento é possível 🙂 Beijos!
Lu, que post ótimo! Nunca tive vontade de conhecer esse estado mas agora você me atiçou! Eu estava lá perto, fiz o Big Bend National Park durante o spring break. Não sei se vc já foi, mas é fantástico!!! Eu amei! Ótimo post novamente, obrigada!
Obrigada Priscila! 🙂 Ainda não fui ao Big Bend, tá na lista pra esse ano ainda, quase que nós fomos no Spring Break mas acabei decidindo ir pro Novo México! Quantos dias você ficou por lá?
Vc não vai se decepcionar, mas tem que ter cuidado com a temperatura já que é um deserto mesmo! Eu fiquei 3 dias inteiros, apenas porque foi o que consegui de reserva num hotel, mas não foram suficientes. Claro, tem um dia pra ir e um dia pra voltar. Acredito que de 5 a 7 dias deve ser o ideal, apesar de que isso é pra mim que gosto de hiking/trekking pesados que envolvem o dia inteiro, talvez para atividades mais light é possível ficar menos. Eu fui em várias cidades em volta o que foi muito bacana, tem muita cultura, velho oeste, e a mistura mexicana por aquelas bandas. O Texas realmente tem de tudo!
Que legal Priscila! A gente com duas crianças pequenas não tem como fazer trilhas muito pesadas né, só quando eles crescerem 🙂 Que cidades você recomenda nos arredores?
[…] Veja outros posts do Novo México que já escrevi: Novo México: planejando a viagem […]
[…] outros posts do Novo México que já escrevi: Novo México: planejando a viagem O que fazer em Albuquerque, Novo […]
Roswell está na nossa lista pra visitar. 😉
Olá!
Muito legal seu post!
Estamos pensando em viajar para Albuquerque e Santa Fé em Fevereiro do ano que vem, mas estamos com medo do frio!! Vamos alugar um carro em Los Angeles e fazer uma viagem até lá, parando no meio do caminho… Vc acha que o tempo pode atrapalhar…
Alexandre
Oi Alexandre, certamente vai ser bem frio! Nós fomos em março e ainda pegamos um pouco de neve…mas acho que dá pra ir sim, não acho que o caminho vai ser ruim, eles me parecem ter uma boa infra-estrutura, pegamos boas estradas (mas fomos em uma direção oposta a que vocês vão).
[…] Atualização: voltamos de viagem e o roteiro final do Texas ao Novo México está aqui. […]
Olá, adorei as dicas. Estou indo para Houston agora em dezembro e gostaria de ir até o Grand Canyon, gostaria de saber se tem algumas dicas de roteiros até a chegar la.
Oi Luciana,
Parabens pelos posts sobre o Novo México, e pelo Blog em geral.
Estou planejando viagem em junho para USA. Voo United – conexão provável em Houston.
Pensei fazer o circuito: Santa Fé – Grand Canyon( South Rim) – San Francisco – Seattle.
Estou armando o roteiro, o que vou fazer de avião, etc.
Nesta rota gostaria de conhecer um pequeno trecho da Rota 66. Sei que Albuquerque já está na rota, mas gostaria de um trecho interessante, pitoresco, para sentir a famosa estrada, pensei então no trecho próximo, um pouco antes de William, que ja está há 100 km da entrada, de Grand Canyon(South Rim). A minha questão é:
– Qual a melhor forma de incluir a rota 66 após Santa Fé, se via Vegas(voo), e daí, fazer o trecho à South Rim de carro ou ônibus , para passar pela rota 66
– Se direto de Santa Fé a William – de trem (não estou sabendo se tem, quantas horas, e se é legal)
– Se direto de Santa Fé a Flagstaff – de avião( e daí chegar a William, para conhecer este trecho da 66, e já estarei há 100 km de South Rim.
-Ou de outra forma melhor.
Agradeço suas dicas e te desejo tudo de bom!
Olá. Adorei seu post. Fui intercambista em 2014/2015 e morei em Edgewood à 25 min. de Albuquerque e realmente tudo é muito lindo no New Mexico. Sinto muita falta! Realmente todas as partes dos EUA são cheias de oportunidades. Um abraço 🙂