No nosso primeiro dia de viagem do projeto My Tuscan Experience, fomos passear por Colle di Val d’Elsa, a cidade dos cristais. A tradução literal do nome é Colina (Colle) no(di) Vale (Val) do (Rio) Elsa (d’Elsa). Essa pequenina cidade de 20 mil habitantes produz 95% do cristal italiano e é responsável por 15% da produção mundial de cristal. A cidade de Colle di Val d’Elsa tem suas origens no século X, fica entre Florença e Siena, já na província de Siena, aproximadamente 30 minutos de carro de Siena ou quase 1h de carro de Florença. Por causa de sua localização, foi disputada por essas duas cidades rivais por muitos séculos.
Nós ficamos hospedados no Hotel Relais della Rovere, em Colle di Val d’Elsa mesmo, que era um convento do século 11 e tem partes do hotel dos séculos 15 e 18 também. Ainda vou fazer uma review separada do hotel, que tem uma bela vista da cidade (mas não fica no centro).
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Logo de manhã, depois do café, a nossa guia Gaia Bandini nos encontrou no hotel. Ela fala inglês muito bem, infelizmente não fala português, e já morou em vários lugares bacanas, como na Turquia. É uma pessoa que sempre tem histórias interessantes pra contar.
Nossa primeira parada foi a fábrica de cristal artesanal ColleVilca, que oferece visitas da fábrica onde você pode ver os artesãos em ação moldando as peças de cristal. A diferença entre vidro e cristal está na composição química: o cristal tem chumbo, o vidro não. É o chumbo que dá ao cristal o brilho e o peso, diferente do vidro. Segundo o gerente da fábrica que estava nos guiando (ele conduz o tour em inglês ou italiano pra qualquer pessoa que quiser visitar), o processo de produção é parecidíssimo, mas o cristal é mais difícil de trabalhar do que o vidro. Ficamos lá um bom tempo observando os artesãos trabalhando: pegando o cristal derretido dentro dos fornos, moldando, cortando, colocando pra esfriar as peças prontas. Vimos ainda a parte de moldes diversos que eles usam, o controle de qualidade e as peças prontas no showroom, muito bonitas. Eles fazem de taças a esculturas, que variam em preço de poucas dezenas a centenas de euros. Pra visitar a ColleVilca você tem que agendar uma visita, por email ou telefone. Eles trabalham sempre pela manhã, começam bem cedinho, lá pelas 5 da manhã, e param por volta de meio-dia, 13h (por causa do calor!).
Saímos de lá e fomos para o centro novo de Colle di Val d’Elsa, rumo ao Museu do Cristal. O Museu é todo no subsolo de uma praça, você olha por fora e vê uma entradinha de vidro e fica meio sem entender cadê o museu. É só entrar que você vê a escada descendo, são dois andares contando a história da produção do cristal e a tradição do cristal em Colle di Val d’Elsa. A maioria das coisas está escrita em italiano, algumas informações em inglês. O designer de cristal que cuida do museu e estava nos guiando ia falando em italiano e a nossa guia traduzindo pro inglês. Ele desenhou várias peças que estão expostas no museu, bem legal! Não é muito grande e foi interessante ver algumas das peças, materiais e fotos que vimos antes na visita a ColleVilca. Depois da visita ao Museu do Cristal fomos almoçar.
Andamos até o restaurante, Trattoria Bel Mi Colle, em uma ruazinha estreita do centro baixo. Esse restaurante é pequenininho, se orgulha de usar ingredientes locais e tem umas mesas escondidas na adega, que foi onde nós sentamos. Adorei a decoração e principalmente, a comida! Demos uma olhada no menu, a Gaia sugeriu que a gente pedisse um prato de entrada com vários petiscos da região pra gente provar. Ótima ideia mas o prato era imenso, comemos muuuito! Vários frios, bruschettas, queijos, geléias para comer com os queijos, patés, tudo delicioso. Amei o queijo pecorino com geléia, uma bruschetta com prosciutto branco (lardo), mas sinceramente estava tudo bom. Depois dessa comilança, regada a um vinho chianti clássico (que eu não estava bebendo porque estava doente e tomando remédio, para minha tristeza), trouxeram os nossos pratos. Ainda bem que eu só tinha pedido um primeiro prato porque depois dessa “entradinha” eu não ia conseguir comer o segundo. Meu primeiro prato estava delicioso: spaghetti tartufo, com trufas negras, e apesar de não estarmos na época das trufas, estava bem-feito. Infelizmente não cabia mais nada no meu estômago e não provei nenhuma sobremesa, mas pode colocar esse restaurante no seu roteiro com certeza.
Fomos andando até o final da rua, viramos a direita e chegamos ao túnel que vai até o elevador para o centro alto e medieval de Colle di Val d’Elsa. O elevador é estranhíssimo, dentro de um círculo imenso de pedra, mas funciona. Uma vez no topo, a vista é bem legal.
Depois de algumas fotos e fomos até a loja de uma família artesã local, La Grotta del Cristallo. A família Bandinelli faz desenhos nos cristais produzidos ali mesmo em Colle, tudo feito a mão, tem cada coisa linda. O filho, Luciano Bandinelli, estava lá nos falando do trabalho deles e das peças, ele fala inglês mas os pais não falam (a mãe estava lá na loja também). Ele contou que seus pais sempre trabalharam com cristal, mas que ele trabalhava em tecnologia e não estava muito contente, resolveu mudar de vida e se dedicar a arte de seus pais e hoje dá continuidade ao trabalho da família. Eles tem de tudo, de enfeites de Natal pequenininhos que custam menos de 10 euros até peças grandes que custam centenas de euros. Ficamos lá conversando e eu me solidarizando com as reclamações que eles fazem da falta de ajuda do governo ao turismo, da burocracia que leva anos até algo ser feito, os pequenos artesãos que tem que se virar sozinhos, me lembrou o Brasil…
Seguimos caminho, passamos na Casa Torre di Arnolfo di Cambio, que é a uma das torres principais da cidade. Esta torre foi a casa onde nasceu o arquiteto Arnolfo di Cambio em 1240, que trabalhou em diversas obras importantes, como na Catedral de Siena, a antiga Catedral em Florença, igrejas em Roma, entre outras. A Torre não fica aberta a visitação, é uma residência particular. Por acaso o dono do hotel onde nós nos hospedamos é o dono da torre e a nossa guia conhece a inquilina que mora lá, e acabamos entrando pra conhecer essa casa muito diferente. No primeiro piso fica uma sala, no segundo piso a cozinha, no terceiro o quarto e no quarto e último piso, uma biblioteca e escritório. Só não vi o banheiro onde fica! E haja escada, uma escada aberta, dá um nervosinho subir e descer ali. A vista é incrível, como não poderia deixar de ser, e a torre está cheia de pinturas e afrescos de Gino Terreni, lindas. Mas tem que ter MUITA disposição pra morar numa torre medieval, minha nossa.
Andamos pela Colle Alta, que é a parte mais antiga da cidade no topo da colina. Passamos pela Chiesa (Igreja) di Santa Maria in Canonica, que foi mencionada historicamente em 1183, não se sabe quando foi construída; pelo Palazzo del Comune do século 13 (que é atualmente o Museo civico e d’arte sacra) e o Duomo di Colle di Val d’Elsa, iniciado em 1603 (que tem a torre do relógio e do sino que é a mais alta na foto da cidade). As ruas são estreitinhas, mas isso não impede que passem carros, como vocês podem ver na foto.
Paramos para conferir o trabalho do escultor em madeira Salvatore Poma, que tem um estilo bem irreverente. Algumas coisas eu gostei, outras não fazem muito o meu estilo. Achei lindos os ciprestes que são símbolo da Toscana que ele esculpe em umas bases circulares, mas eram grandes demais pra eu levar na minha malinha média. Os preços variam de algumas dezenas de euros a milhares de euros pelas peças grandes. Tudo feito a mão no ateliê do escultor, ele mesmo que fica na loja e se ofereceu pra nos mostrar o ateliê (que fica fora da cidade), mas não tivemos tempo. Curiosidade: vocês vão ver alguns Pinóquios de madeira. Eles estão por toda parte em Colle di Val d’Elsa, porque os locais afirmam que a história foi criada aqui (o escritor morou na cidade muitos anos). Tem até Pinóquios de cristal, claro…
Continuamos caminhando pela cidade, tentei comprar um gelato mas a lojinha não começou a vender gelatos ainda (humpf! eu tomo sorvete bom em qualquer época do ano!). Fomos apreciando o visual dos dois lados, os campos, as flores nas janelas, as portas interessantes, tentando adivinhar quantas centenas de anos cada casa tinha.
Chegamos a galeria de arte Arteacolori, que tem uma bela seleção de obras de artistas diversos com um tema em comum: a Toscana. Fiquei babando nos trabalhos, mas eram de muitas centenas e milhares de euros. Alguns desenhos mais baratinhos custam algumas dezenas de euros. Mas muita coisa linda mesmo, amei. Adorei o quadro da Toscana em azul de Sigrid Nienstedt, parecia uma paisagem de sonho; os desenhos cartoon de Tino Stefanoni retratando paisagens toscanas e as pinturas e desenhos de Marco Manzella, adorei o estilo colorido e moderno dele.
Andamos até a Porta Nova da cidade, que foi construída em 1479, é pra rir 😉 A “porta” é imponente, toda de pedra, parece a entrada de um castelo.
Nosso motorista nos pegou ali no final do dia, e nos levou para o próximo hotel, o Relais La Capuccina.
Esse foi o primeiro dia do roteiro de 5 dias na Toscana.
Minha viagem a Toscana aconteceu a convite do projeto My Tuscan Experience, falei sobre ele aqui.
Ola…
Todo aprendiz de viajante precisa saber preço. Por exemplo, quanto custou o almoço q pareceu delicioso?
Obg
Bia
O almoço custou 25 euros por pessoa. Os pratos variam entre 10-20 euros em média.
[…] Ele fica numa cidade lindíssima, a aprazível Colle di Val d’Elsa. […]