No nosso primeiro dia em Phoenix fomos direto conhecer o Heard Museum em downtown, que é citado por tudo quanto é guia e site de viagem que eu li como o museu mais interessante da cidade. O motivo é simples: a coleção do Heard você raramente vai encontrar parecida em outro lugar, são objetos de arte e da cultura indígena das tribos do Arizona. O Heard Museum foi inaugurado em 1929 por um casal que colecionava objetos e arte indígena (o nome do museu é o sobrenome do casal). Tudo muito bem organizado e exposto, em 12 mil metros quadrados que incluem um prédio e jardim super bonitos, que mais parecem uma casa (mas foi construído para ser um museu mesmo desde o início e já passou por várias expansões).
O museu está dividido em 12 galerias, 4 tem exibições permanentes e 7 com exibições temporárias. Eles tem visitas guiadas gratuitas 3 vezes por dia (meio-dia e 15h falando especialmente da galeria HOME, que mostra as tribos nativas do Arizona, e às 14h mostrando os principais pontos de interesse do museu inteiro – Highlights), eu entrei nessa de 14h (dura um pouco menos de 1 hora). A minha guia era uma adolescente descendente da tribo Navajo que foi explicando vários costumes interessantes além de falar dos objetos expostos. Para crianças tem algumas exposições que são bem interativas, com trabalhos manuais pra fazer na hora e levar pra casa depois, a Julia fez vários e gostou bastante.
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Começamos pela exibição permanente chamada HOME: Native People in the Southwest, mostrando os objetos de cada uma das tribos do Arizona. Logo na entrada, a Art Fence de esculturas de vidro coloridas já impressiona. Mapas e explicações sobre os pueblosNavajo, Hopi, Yaki, Maricopa, Havasupai, são muitas, tudo muito bem explicado com mapas e mostrando roupas, jóias, utensílios do dia-a-dia como cerâmica ou cestos, além de outros objetos de importância para cada tribo. Os Hopi são famosos pelos seus bonecos cerimoniais chamados Katsina e cerâmicas, os Navajo tem uma tradição têxtil, os Zuni tem lindas jóias, muita coisa interessante pra ver de cada tribo.
Vimos uma galeria de cerâmica Hopi (temporária, até janeiro) com vasos lindíssimos, a nossa guia estava explicando a diferença entre os vasos utilitários e os artísticos, e também entre os desenhos tradicionais e os mais modernos. Você sabe porque algumas tribos usam cerâmica e outras usam cestos? A guia explicou que as tribos que usam cerâmicas são as que permanecem na mesma área enquanto as tribos que usam cestos são as nômades – porque os cestos são leves para carregar e não quebram, como as cerâmicas. Como a tribo Hopi não é nômade, eles se tornaram mestres em cerâmica. Outro detalhe interessante: os vasos que tem fundo plano são os vasos artísticos, enquanto os vasos utilitários são imperfeitos, porque a base era enterrada no chão pra que eles permanecessem no lugar.
Passamos para uma galeria temporária com obras da família Namingha que não pode fotografar. Amei as pinturas modernas de Dan Namingha retratando as mesas (formações rochosas com o topo plano) do Arizona, essas eu queria comprar pra levar pra minha casa (mas claro que estão fora da minha faixa de preço)! 😉
Visitamos então a galeria mais interativa, chamada We Are! Arizona’s First People que tem quiosques das 21 tribos do Arizona (reconhecidas pelo governo) explicando costumes de cada uma e espaço pra você reproduzir alguns objetos e desenhos, como uma cesta Yavapai, uma flor de papel Yaqui e um cinto Hopi. Julia passou um tempão nessa galeria, desenhando, cortando, montando objetos de papel. A guia explicou as pinturas do mural na parede, que contam a história (horrível) de como três tribos (Navajo, Yaki e tribos do Colorado) foram traídas por um soldado amigo e levadas das suas terras para um outro local, como o exército matou muita gente no caminho, e como depois as crianças foram levadas para escolas para serem ensinadas a cultura dos brancos e religião, perdendo sua identidade, língua e costumes. O mural se chama Fear of a Red Planet: Relocation and Removal 2000 (no link tem explicações detalhadas, em inglês).
Passamos rapidamente pela galeria Every Picture Tells a Story que fala das paisagens e regiões que inspiraram os desenhos em objetos e roupas, com espaço para crianças colorirem.
Fomos para uma exposição temporária (até janeiro) sobre os Apache e Gerônimo, chamada Beyond Geronimo: The Apache Experience. Achei interessantíssimo o carregador de bebês que eles usam! Uma construção de madeira e tecido onde o bebê fica amarrado para que a mãe o transporte e pendure num galho de árvore enquanto trabalha no campo. O design do negócio é super esperto: se por acaso o vento derrubar o carregador da árvore, a aba (que protege o bebê do sol) é mais pesada que o resto e cai no chão primeiro, e devido à sua forma, impede que o bebê toque o chão – e mais, vira o carregador pra cima, assim o bebê não fica de cara pro chão. Muito legal!
Em seguida a mostra foca em Gerônimo, o índio mais famoso da história: em um dia que ele saiu com um grupo para caçar, sua família foi morta pelos soldados. De acordo com a tradição deles, quando alguém tira a vida de uma pessoa, a pessoa só vai descansar em paz quando quem matou morrer também. Como Gerônimo não sabia quais soldados tinham matado a sua família, ele e seu grupo foram atrás de todos os soldados. Depois de serem procurados e perseguidos por muito tempo (e a sua fama se espalhar), Gerônimo se entregou, porque o exército estava fazendo as maiores atrocidades em retaliação. O exército passou então a levá-lo em exibições de cultura indígena pelo país, e Gerônimo quando notou que era famoso, passou a vender objetos indígenas autografados por ele, que acabavam sendo vendidos por muito mais do que objetos sem a sua assinatura. Foi o índio mais retratado no cinema, e o seu nome virou sinônimo de coragem.
Passamos por uma galeria com objetos indígenas de diversos lugares do mundo, no segundo andar, e depois chegamos a uma mostra chamada Remembering Our Indian School Days: The Boarding School Experience contando a história (que eu não conhecia) sobre as escolas internas para onde vários índios eram levados à revelia. Nessas escolas eles passavam a aprender os costumes dos brancos e a religião cristã, seus cabelos eram cortados (segundo a nossa guia, a tradição é que você só corta seu cabelo se está passando por um momento difícil, seus pensamentos estão confusos ou tristes, como por exemplo a morte de alguém na família) e passavam a vestir roupas dos brancos. No processo perdiam a sua língua e costumes. Não cheguei a ver essa galeria direito, faltou tempo!
O museu tem um café e uma loja que vende arte indígena bem grande (assim como uma galeria) no pátio, mas não chegamos a entrar. Volta e meia são realizadas apresentações de música, dança e outros costumes no museu, assim como feiras de arte e outros eventos sazonais, consulte o calendário antes de visitar.
Adorei o Heard Museum, pena que não deu pra ficar mais tempo por lá. Pra quem visita o Arizona e certamente vai encontrar pelo caminho diversas menções as suas muitas tribos, é um ótimo jeito pra aprender os nomes, quem é quem e começar a entender a cultura do lugar.
Obrigada ao Visit Phoenix e Heard Museum que ofereceram os ingressos para a nossa visita.
Informações úteis:
Heard Museum
Endereço:2301 N. Central Avenue, Phoenix, Arizona 85004 Telefone: 602-252-8848
Horários: Segunda a sábado das 9h30-17h, domingo das. Fecha na Páscoa, 4 de julho e 25 de dezembro.
Preços: Adultos $18 dólares por pessoa, Idosos (acima de 65 anos) $13.50 por pessoa, Estudantes com identificação $7.50 por pessoa, Crianças entre 6-12 anos $7.50 cada e crianças com 5 anos ou menos, grátis. Preços de novembro de 2012, consulte o site oficial para confirmar os preços antes de ir.
Dicas: tem um ponto de trem (light rail) e trolley na frente do museu, para quem não quer ir de carro; pra quem vai de carro o estacionamento é gratuito. O museu é acessível para cadeira de rodas e carrinhos de bebê.
O Heard Museum também tem uma filial menor em Scottsdale, o Heard Museum North Scottsdale.
[…] Heard Museum: um museu fantástico de cultura indígena focando nas 21 tribos do Arizona, como Apache, Hopi, Navajo…Muitos objetos do dia-a-dia das tribos, roupas, arte, cerimônias, exposições interativas para as crianças e uma parte menor sobre culturas indígenas pelo mundo. Excelente museu, recomendo muito a visita; você vai gastar umas 3 horas em média. Consulte o calendário antes de ir porque eles tem dias com apresentações de música, dança e outros rituais das tribos. Não deixe de ler o meu post completo sobre o Heard Museum. […]
[…] antiga e precisando ser atualizada, mas o conteúdo é bom, me lembrou a exposição que vi no Heard Museum em Phoenix, sendo que aqui não são apenas os povos do Arizona, e sim de todo o continente […]
[…] Você pode começar a entender mais sobre as 21 tribos indígenas do Arizona no excelente Heard Museum e aprender sobre o deserto e a vegetação da região no lindo Desert Botanical Garden, ambos em […]
[…] muitas reservas indígenas, o que é bem interessante, um museu super legal para conhecer é o Heard Museum, onde você aprende muito sobre a cultura […]
[…] Existem várias reservas indígenas no Arizona, e pela influencia disso na cidade, existe um museu sobre a cultura indígena muito bom para conhecer chamado Heard Museum. […]
[…] A Luciana, do blog Aprendiz de Viajante, visitou o local e relatou toda a experiência em um post completinho. […]