Quando cheguei ao Peru já tinha em mente que a viagem teria o foco em conhecer a fundo a civilização Inca, seu artesanato, costumes e principalmente como fizeram para construir obras tão magníficas, como as Linhas de Nasca e tantas cidades históricas, como Cusco e Machu Picchu.
Eu só não sabia que no meio de tudo isso haveriam lugares tão incríveis e impressionantes que sinceramente não fazia ideia que existiam, cidadezinhas no meio das montanhas, fortalezas, museus e centros que cultuam e preservam a cultura local, milenar, mas enraizada nos costumes da população.
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Essa é a minha definição do Vale Sagrado dos Incas, que tive a chance de conhecer num roteiro de dois dias, que descreverei a seguir.
O Vale Sagrado nos Andes Peruanos
O Vale Sagrado é uma área localizada no centro-sul do Peru com altitudes que chegam a cerca de 4.000 metros, literalmente no meio da Cordilheira dos Andes.
Para chegar, o caminho natural é voar de Lima até Cusco, e então contratar um tour que explore os sítios arqueológicos e cidades do Vale Sagrado, como Pisac, Urubamba e Ollantaytambo, de onde partem os trens para Águas Calientes, a porta de entrada para Machu Picchu.
Mas porque Vale Sagrado? Esse foi o nome naturalmente dado pelos Incas para descrever uma região tão importante para o cultivo de alimentos e desenvolvimento da agricultura. Para você ter noção de sua importância, foi aqui que grãos como milho e feijão, saíram do anonimato e se tornaram essenciais para a dieta local, e hoje do mundo.
Desembarquei do avião em Cusco e sai normalmente, mas já esperando os efeitos da altitude. Nos primeiros momentos não senti nada, pensei: “essa tal de altitude não pega em mim”. Foi o tempo de caminhar uns 200 metros, conversar um pouco e sentir uma pressão na cabeça, como se estivesse mais pesada.
Isso é normal, para mim nada muito desconfortável, consequência da menor quantidade de oxigênio no ar. Para amenizar os efeitos, basta mascar folhas de coca, tomar o chá ou então chupar as balinhas, que aliás são deliciosas. Em casos extremos, existe um remédio específico para o Soroche, ou “mal de altitude”, chamado Sorojchi Pills ou Anti Vital.
Fiz um tour totalmente personalizado, então não precisei me preocupar com o planejamento e logística dos passeios, mas é claro que fui atrás das informações. Cada tour pode incluir diferentes passeios, mas a base de tudo é a mesma. O importante, é saber como tudo funciona, e para isso leia o post Entenda o boleto turístico de Cusco, publicado no blog Andarilhos do Mundo.
Fundação Awanacancha
A primeira aula de cultura para começar a entender mais sobre o Vale Sagrado foi na Fundação Awanacancha, onde as cholas (mulheres peruanas trajadas com essa tradicional vestimenta colorida) trabalham na produção de artesanato, desde a criação de alpacas e lhamas, o tingimento da lã, até a confecção de produtos tradicionais.
Foi aqui também que descobri sobre o empenho dos Incas a desenvolver novos métodos para melhorar a produção de alimentos, como milho e batata, o que resultou no desenvolvimento de novas variedades, melhores, mais fortes e resistentes.
Num ritmo ainda bem tranquilo para não sentir tanto os efeitos da altitude, chegamos no sítio arqueológico de Pisac (ou Pisaq), que dizem ser a “fazenda real” de Pachacutec (ou “Reformador da Terra”), o primeiro imperador Inca.
Infelizmente não tivemos muito tempo para caminhar e explorar a cidade antiga, com suas construções e terraços de cultivo.
Partimos então para a cidade de Pisac, para visitar seu mercado de artesanato.
Pisac está mais para uma vila e o principal atrativo aqui é o grande mercado de rua com dezenas de barraquinhas de artesanato. Sinceramente não sou nada consumista, então apenas caminhei entre as diversas ruelas para conhecer o mercado e seguir explorando o restante da cidade.
Um pena o tempo ser tão curto, pois adorei caminhar pelas ruas, tirar fotos e conversar com os locais, que mesmo na função de vender seus produtos, são simpáticos e não abordam os turistas com insistência. Eu facilmente passaria pelo menos uma noite por aqui.
Visita ao Museu Inkariy com almoço
São nove salas, uma destinada para cada civilização, como Paracas, Nasca e obviamente os Incas. O museu é uma perfeição, com objetos bastante preservados, mas o mais impressionante é a reprodução em tamanho real de cenas do cotidiano, como a criação das Linhas de Nasca, cerimônias e tantas outras, cada uma com seu encanto.
Para o almoço, cardápio tipicamente peruano, com frango ao forno, batatas temperadas com tomilho, pimentao recheado e seleta de legumes.
Hotel Aranwa Vale Sagrado
Construído nas terras de uma fazenda do século XVII, ficar hospedado no hotel foi uma grata surpresa, tanto por sua estrutura física, quanto pelas belezas naturais. Passar o fim da tarde na piscina com vista para a Cordilheira dos Andes, foi uma experiência sensacional.
Como de costume na viagem pelo Peru, até então conhecendo Lima e Paracas, o jantar no hotel foi impecável.
Salinas de Maras
A região onde hoje se formaram as Salinas, ou Salineiras de Maras, muitos milhões de anos atrás era o fundo do mar, mas com o decorrer do tempo essa água se evaporou, ficando apenas rochas de sal.
Contudo, numa camada mais profunda da terra, existe um lençol freático originalmente de água doce, mas quando chegam a essas rochas, afloram como água salgada.
Esse processo é o mesmo desde épocas muito antigas, e o sal tem propriedades tão boas que é considerado um dos melhores do mundo, podendo ser comparado somente ao extraído nos Himalaias.
A carência do iodo no organismo propicia o bócio, um problema na glândula tireoide. O governo, de uma maneira equivocada, pensa que o problema é causado pelo baixo consumo de sal, e diziam que o sal de Maras teria baixo teor de iodo, assim incentivando o consumo de sal marinho.
Hoje, as mais de 300 famílias que fazem parte da cooperativa que toma conta das Salinas de Maras, estão tentando mudar isso.
Terraços de Moray
Em Awanacancha eu comecei a descobrir sobre o comprometimento dos Incas na busca de melhores alimentos, mas foi nos Terraços de Moray que fiquei realmente espantado com tanta sabedoria e dedicação.
Todo esse empenho aconteceu porque eles sabiam que somente a agricultura permitiria que eles se desenvolvessem, por não terem mais a necessidade de sair para caçar, e assim se estabelecerem num único lugar. Foi uma das poucas civilizações do mundo que erradicou drasticamente o problema de fome, com a cultura da abundância na produção da batata, milho, feijão, quinua e tantas outras variedades.
Almoço no restaurante Tunupa
Para recarregar as energias antes de partir para a próxima atração, paramos em Urubamba para almoçar no Restaurante Tunupa, lindíssimo, construído num casarão colonial muito bem preservado, e com vista para o Rio Urubamba, que segue para Machu Picchu.
Geralmente as refeições já estão inclusas em passeios fechados que partem de Cusco, mas para registro, saiba que o buffet livre custa 60 soles, com muitas opções de saladas, pratos quentes, sobremesas e claro, o popular ceviche.
Fortaleza de Ollantaytambo
Após o almoço seguimos para nosso último passeio no Vale Sagrado dos Incas, para conhecer a Fortaleza de Ollantaytambo, considerada a última cidade dos Incas. Isso porque foi construída para dificultar a entrada de inimigos.
Localizada numa posição estratégica em relação à outras importantes cidades, não foi terminada e ainda é possível ver grandes pedras que estavam sendo transportadas quando os espanhóis chegaram e dizimaram a população.
Fora todo esse contexto histórico, que é realmente apaixonante, o cidade de Ollantaytambo também é incrível e gostaria de ter ficado ais tempo por aqui. Por mim, ficaria horas caminhando pelas ruazinhas do povoado, bem rústicas, parando nos inúmeros bares e cafeterias para tomar uma cerveja, provar comidas típicas, ou ainda beber seu café, que é considerado um dos melhores do mundo.
Mas, tive que partir. Triste por deixar um lugar tão especial, mas ansioso para começar a viagem rumo a um dos lugares que sempre me fascinou, desde as aulas de geografia no primário. Peguei o trem para Machu Picchu…
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A viagem foi um convite da CVC e PROMPERÚ , mas as opiniões aqui publicadas são de livre expressão do autor.
Gostei muito da sua viagem. Poderia me dar algumas dicas? Pretendo ir em Julho.
Oi Bárbara,
Que tipo de dicas precisa??
Estou boba com o relato, que coisa mais linda!
Nunca tinha sentido vontade de viajar pra l á, mas depois de ler tudo isso e ver suas fotos, não tem como!
Obrigada por compartilhar conosco.
Oi Lívia,
Eu também fiquei impressionado com a viagem, ainda mais ao saber que existe muito mais do que Machu Picchu.
Eu que agradeço sua participação.
Abraços
Realmente é maravilhoso, fui no ano passado e quero voltar em outra oportunidade!
E isso é apenas o início. Se em Cuzco puder alugar um carro e devolver em Lima você terá realmente conhecido o Peru. Passei por Puno e seu Lago Titicaca, depois Arequipa e sua gastronomia sensacional (sugiro o restaurante ZIg Zag). Ainda em Arequipa faça o imperdível passeio ao Vale do Colca que é tido como o mais profundo Cânion do mundo. Seguindo viagem deslumbre-se tendo a sua esquerda o Pacifico e a sua direita o deserto de Atacama vá a Nazca e depois a Pacacas. Para finalizar e devolver o carro (não fique um dia com ele em Lima pois o transito e caótico e o táxi barato) não deixe de saborear o Ceviche, comprar as melhores malhas do mundo e curtir a orla. Aproximadamente 2 mil quilometros. Mais detalhes so contatar. Boa viagem espero ter sido útil.
[…] um dos destinos mais incríveis do mundo e depois de conhecer um pouco da história peruana no Vale Sagrado dos Incas, cheguei na estação de Ollantaytambo debaixo de muita chuva, para pegar o trem rumo a […]
Boa tarde, excelente dicas e posts. Veja se pode ajudar, gostaria de saber quanto tempo seria o ideal para visitar Ollanta ? Considere que já visitei o restante das cidades do Vale Sagrado. Obrigado
Oi Ricardo,
Grande parte dos turistas apenas passa por lá, conhece a Fortaleza e segue para Machu Picchu. Eu fiz o mesmo, então não sei te dizer com exatidão. Imagino que 1 noite e 1 dia inteiro sejam suficientes. Duas noites o ideal!!
Abraços
Olá Guilherme, ótimo relato, estou começando uma pesquisa para uma futura viagem e anotando todas as dicas! Curiosidade , qual a época do ano que vc foi?
Oi Anne,
Fui em novembro, ótima época porque chove pouco.
Abraços e obrigado
[…] Só então me dei conta que o Peru foi o meu 30o país, então meu perrengue acabou virando uma ótima oportunidade de conhecer um pouquinho do país. Agora quero muito muito voltar com calma para conhecer mais de Lima e as atrações do Peru como Cuzco, Machu Picchu e o Vale sagrado dos Incas. […]
bom dia Guilherme!
Obrigado pela postagem com tantas informações!
Penso em fazer o passeio Vale Sagrado, tendo como ponto final Ollantaytambo. De lá, quero pegar trem para Machu Picchu. Já li que alguns passeios ainda incluem Chinchero após. Neste caso, a pessoa perde de passar neste lugar. Vc sabe se tem possibilidade de um passeio ter Ollantaytambo como ponto final de visitação. Outra dúvida que tenho é que os horários de trem que estou achando com a melhor relação custo x benefício são pela Inca Rail comprando inda e volta. Há dois horários saindo de Ollantaytambo. às 16:36 e às 19:27. Estou em dúvida nisso. Será que pegando o primeiro prejudica a visitação de Ollantaytambo? Será que pegando o segundo a gente tem que ficar muito tempo sem mais nada a fazer esperando o trem e ainda chega a Aguas Calientes muito tarde? (21:09) O que vc acha? Obrigado!
Oi Rodrigo,
Não sei te dizer sobre o formato dos passeios, mas acredito que hajam várias configurações. Por Ollantaytambo ser um ponto chave do roteiro, é bem provável que existam pacotes que lá seja o ponto final.
Sobre o horário do trem, eu escolheria o das 19:27. Adorei Ollantaytambo e fiquei com vontade de caminhar mais, entrar nas ruazinhas, sentar com mais calma para tomar um café. O horário da chegada em Aguas Calientes não será um problema, lá tudo se faz a pé.
Abraços
Boa tarde!
Como você foi de Cusco até o Valle Sagrado?
Qual foi o tour privado que você contratou?
Obrigada! =)
Oi Vitória,
Foi um pacote da CVC!
Abs
Amei o Peru, amei essa viagem que fiz, faz parte do meu coração, voltaria com certeza.