Fes el-Bali é a medina ou cidade antiga de Fez, o principal ponto turístico da cidade. A mistura de cores e cheiros nas mais de 9.000 ruelas são extasiantes e a medina abriga atualmente mais de 150.000 moradores. Carros não entram na medina, então o transporte é feito nos lombos dos burros e carroças que dividem os apertados espaços com milhares de pessoas. 

De roupas a carnes expostas, vestidos de noiva a sapatos do Aladim, encontra-se de tudo na Medina. Algumas ruas são dedicadas a artigos específicos, em uma os mercados de prata, em outra as especiarias, tudo isso em uma confusão ordenada onde se avista até cabeças de cordeiro e perus vivos, sem contar a lâmpada do Aladim, a original, que é vendida a cada esquina.   

Para aproveitar melhor a medina, o ideal é contratar um guia, dizer pra ele os pontos a serem vistos, pois ela é tão grande que a

 chance de se perder nos labirintos é certa. Mas querendo mesmo se perder de propósito pelos corredores e ruas estreitas, uma dica do guia é procurar por duas vielas chamadas Talaa Kebira e Talaa Seghir que levam ao portal Bab Bou Jeloud, que sai da Medina.

Dentro da medina ficam os Riads, belíssimas casas onde moravam as famílias marroquinas, transformadas em pousadas, hotéis e restaurantes. Do lado de fora vemos apenas uma porta, mas depois que se entra, os azulejos e pisos decorados, as cores de tapeçarias e estofados mostram uma cena completamente diferente. Em comum, os riads tem uma área aberta no meio, cercado de pequenas salas e alcovas onde são servidas as refeições.

Nesses restaurantes a especialidade é na cozinha marroquina e são servidos pratos tradicionais a base de couscous e aperitivos deliciosos. 

O Riad Tafilalet onde almoçamos tem além da excelente comida, uma vista incrível da Medina do seu terraço. De lá escuta-se o Adhan, o intenso chamado para as orações muçulmanas, que acontecem cinco vezes por dia.

O passeio à medina de Fez não estará completo sem uma visita aos curtumes. Cena muito comum na novela O Clone, ao dizer que sou brasileira, o funcionário de uma das lojas de couro cita o nome de Giovanna Antonelli. Sim, eles também nos associam a mesma novela que nós associamos ao Marrocos. A melhor vista do curtume é exatamente do andar superior das lojas que vendem artigos de couro, que por um minuto a gente acha que é o guia nos levando em algum lugar para receber algo troca. Confie e siga. Na entrada eles já te dão um ramo de menta, acessório indispensável para visitar o curtume com seu cheiro forte.

A medina de Fez tem duas Medersas (escolas religiosas) que valem a visita. A Medersa Bou Inania foi construída em 1300 e a Medersa el-Attarine além da arquitetura fantástica, tem vistas maravilhosas da medina. A Universidade de Al-Karaouine é a mais antiga universidade em operação do mundo. Mas nem tudo é arquitetura, história e belos azulejos. No meio da medina existem também fornos comunitários, onde os locais fazem pão, tão interessante, quanto vital para a sobrevivência da sociedade local.

A barganha é parte cultural do Marrocos. Aprendemos rápido que não se pergunta preço e vai embora. É preciso entrar no jogo da barganha e negociar pelo menos umas cinco rodadas de preço antes de sair andando a procura da próxima, ou corre-se o risco de ter toda a sua geração amaldiçoada (ou pelo menos é que o parece, na ininteligível língua berbere).

Para se hospedar em Fez, você pode escolher um Riad dentro da medina ou um hotel fora dela. Nos hospedamos em Fez no Hotel Les Merinides fica no alto de uma colina com uma vista incrível e é uma ótima opção na cidade.

Veja aqui todos os hotéis em Fez no Marrocos

Fez tem o Festival mundial de música sacra uma vez por ano, que pode ser em maio ou junho, um evento que vale a pena programar a viagem nesta época para ver.

Amei a cidade de Fez no Marrocos. E você? Já visitou o Marrocos? 

Essa viagem teve o apoio do Turismo do Marrocos e Grupo Xaluca.  

Dicas e cupons para economizar na sua viagem

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Roteiro

Dia 1: Miami – Madri
Dia 2: Madri-Fez
Dias 3-5: Fez
Dia 6: Fez – Marrakesh
Dia 7: Marrakesh
Dia 8: Marrakesh-Madri
Dia 9: Madri
Dia 10: Madri-Miami

Como chegar

Usamos trechos aéreos e um ferroviário. O resto foi tudo a pé ou táxi:
Miami-Madri-Miami: via Air Europa. Primeira vez voando nessa cia. Ok, nada a reclamar.
Madri-Fez: Ryanair
Fez-Marrakesh: via trem, ver o site marroquino http://oncf.ma/ para horários (compramos a passagem com 2 dias de antecedência em Fez na própria estação)
Marrakesh-Madri: Easyjet

Dica: Ryanair, Easyjet – prestar MUITA atenção nas restrições de bagagem. Graças a Deus pegamos a Easyjet na volta que não tinha limite no peso (apenas dimensões) das malas. A Ryanair é MUITO chata. De qualquer forma, cada um de nós foi com uma carry-on e só.

Onde ficar

O único hotel que eu recomendo por ter satisfeito muito bem os critérios de localização, preço, conforto, atendimento, facilidade de reservar, hospitalidade foi nosso Dar El Menia, em Fez.

O Riad de Marrakesh foi apenas OK.

Atrações/Passeios:

Highlights que eu gostei em Marrocos:
– vale MUITO a pena se perder e perambular horas pela Medina de Fez
– uma day trip para Meknes e Volubilis de Fez com um motorista/guia foi bem proveitoso
– final da tarde/ noite na praça Djemaa el Fna em Marrakesh
– entrar em tudo que é medersa, riad e se maravilhar com a arquitetura

Onde comer

Em Fez: Quando você não aguentar mais comer tajine, vá no Cafe Clock, que tem uma vista ótima do minareto da Medina Bouanania.
Em Marrakesh, o momento glamour MUST é um drink no final do dia nos jardins do La Mamounia antes de ir para a Djemaa el Fna.

Na verdade, eu ADOREI experimentar as comidas de rua mesmo, apesar do conceito alternativo, digamos, de higiene. Respire fundo, vá na fé e se delicie com bolinhos fritos, suco de laranja fresquinho, escargot servidos na hora. Afinal, você é brasileiro, já cansou de comer acarajé e tapioca da tiazinha da barraquinha da esquina e está aí, vivinho da silva pra contar a história.

Onde e o que comprar

Souks de Fez ou Marrakesh, e se prepare para barganhar para valer!!! O bairro Guéliz, em Marrakesh também tem artigos belíssimos, mais sofisticados.

 

Imperdível

O ponto alto é estar fazendo parte de um mundo completamente diferente do qual você está acostumado: estar num país africano, muçulmano, onde se fala árabe marroquino e francês. Imperdível é passear pela medina de Fez. Apesar de Marrakesh também ter uma medina, a de Fez é simplesmente uma viagem no túnel do tempo. Outra das coisas que eu mais gostei foi ouvir o adhan (chamado para as 5 rezas diárias dos muçulmanos) pelos autofalantes dos minaretes nos diversos mosques espalhados pela cidade.

Furada

Uma das coisas que nos incomodou DEMAIS foi o assédio incessante de vários “guias” que insistiam em nos “ajudar.” Tudo bem que eu já esperava por isso, mas o problema é que eles insistiam muito! E ficavam meio brabos quando a gente dizia que não queria! Outro problema são as lojas. Na maioria delas, se tu entra e pergunta um preço, eles já começam a querer barganhar e te empurrar a mercadoria, e ainda querem que tu leve DOIS (ou mais) do negócio que tu tá levemente interessada. “Yella, yella!” eles pedem (tipo let’s go, come on). Chegou um ponto que eu não queria entrar mais em loja nenhuma porque fiquei sem energia para esse ritual o tempo inteiro! Hahahaha! Passados os primeiros dias, a gente se acostumou com essa cultura, pegou a manha, e eu até comecei a barganhar com os tiozinhos das lodjinhas. Comprei até a lâmpada do Aladdin (a original, é claro) do seu Abdul nos arredores da famosa praça Djemaa el Fna em Marrakesh!

Não repetiria jamais

Ficar com vergonha de barganhar ou com receio de dizer um sonoro NÃO para os carinhas que querem ser teus “guias.” E só compre um tapete se você tiver lugar na sua casa para o mesmo!!!

Se pudesse planejar de novo, o que mudaria?

Gostaria de ter incluído um passeio pelo deserto. Provavelmente teria procurado fazer o trecho Fez-Marrakesh via aérea em vez de trem, para economizar tempo.

Indicado para

Casais, famílias (vimos muitas crianças com pais) que tenham uma mente aberta e jogo de cintura para encarar um país pobre com uma cultura completamente diferente da nossa ocidental.

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