“Nobody puts Baby in a corner” – Johnny Castle

O ano era 1987 e eu estava perto de completar 15 anos, 2 anos a menos que Frances “Baby” Houseman, a personagem principal do filme  “Dirty Dancing”. Eu fui ao cinema para ver um filme que prometia ser a atração da temporada e me encantei. Perdi as contas de quantas vezes fui ao cinema para assistir junto com a minha turma do “segundo grau” e foi provavelmente o primeiro filme que eu me apaixonei perdidamente. Sabia todas as falas, a trilha sonora é ainda hoje uma das minhas preferidas e até os passos de dança a gente ensaiava nas festinhas da escola.

Corta para 2013, mais de 25 anos depois e eu estou andando pelas ruas de Londres quando vejo um cartaz anunciando “Dirty Dancing”, musical ao vivo no West End. Eu queria ver um espetáculo em Londres que eu ainda não tivesse visto na Broadway, que não estivesse em cartaz nos Estados Unidos e principalmente que fosse levinho, depois de uma semana intensa numa conferência de turismo. Já que eu amava tanto Dirty Dancing parecia uma escolha natural não é? Mas não foi… pensei muito antes de ir, principalmente porque estava com muito medo de não gostar, ou deles “estragarem” a minha lembrança do filme. Patrick Swayze foi tão icônico no papel de  “Johnny Castle” que eu estava com uma tremenda má vontade com quem quer que estivesse querendo representar o personagem que era dele. Mas resolvi encarar mesmo assim, porque minha filosofia é sempre experimentar primeiro e depois dizer se gostei ou não.

Desci na estação de Piccadilly Circus e logo na saída encontrei um daqueles quiosques que vendem tickets com desconto. Perguntei se tinha para Dirty Dancing e o preço mais barato era £35.00 nos assentos lá atrás. Fui ao teatro para ver se encontrava promoções por lá (nos teatros de Nova York eles sempre tem preços mais baixos para o mesmo dia se não estiver lotado!) e voilá… consegui um lugar ótimo na fila K, bem no centro (eu era só 1 pessoa, então sempre mais fácil de encontrar) por £26.50.

O teatro estava bem lotado, provavelmente 80% do público era feminino e alguns casais e podia-se notar que todo mundo estava muito empolgado para o espetáculo. Do meu lado, 6 meninas estavam fazendo uma despedida de solteira, com direito a champagne no teatro e tudo. Achei uma boa pedida! O teatro é pequeno, então mesmo estando na fila K, estava muito perto. Só de ver as letras no palco, já me deu um frio na barriga.

O show começa com a mesma música que começa o filme “Be my baby” e com os Houseman chegando no hotel (aliás, o hotel existe de verdade e já fiz post dele aqui.) . Todas as cenas principais do filme estão no palco e eu me peguei lembrando dos diálogos, das músicas e também um pouco de humor. Passei metade do filme tendo arrepios, lembrando do filme. O Neil(sobrinho do Max, dono do hotel é bem caricato e funciona no palco), a irmã Lisa também. A dançarina que faz a Penny é sempre super aplaudida e manda muito bem nos números de dança, junto com o ator que faz Johnny.

No começo estava meio decepcionada com ele, mas era culpa de amar demais o Patrick Swayze e depois ele foi convencendo – depois de assistir o musical fui procurar mais sobre ele online e descobri que ele é campeão mundial de Latin Dance. Em algumas cenas era difícil não lembrar do Patrick Swayze e os olhos ficaram marejados. Ele copiou bem alguns trejeitos que deram vida ao Johnny do cinema e dança maravilhosamente bem, não posso negar.  Fizeram algumas pequenas alterações, mas que não comprometem o geral… o casal de velhinhos cleptomaníacos foram substituídos por um casal engraçadíssimo e mais jovem.

O primeiro ato termina com uma cena muito sensual, dos dois no quarto do Johnny e aí dá pra entender porque eles não recomendam crianças no show.

O palco e as mudanças de cenário são bem dinâmicas e os efeitos de passagem de tempo acontecem com a ajuda de um telão eletrônico. Eu estava curiosa para ver como ir ser a cena do ensaio do pulo, que acontece num descampado e depois na água e ficou muito legal. Não vou contar os detalhes desta cena pra não acabar a surpresa.

A energia no palco é incrível, os atores/dançarinos dão um show nos vários números de dança e cantam muito bem também. Ter uma banda tocando ao vivo, dá uma nova dimensão Uma das minhas cenas preferidas, tanto no filme como no palco foi quando começa a tocar “Hungry Eyes” e eles estão dançando no estúdio e chega Penny para ajudar. 

A cena final é um show e não dá para ficar parada! Metade do teatro se levantou para dançar junto ao som de “(I’ve Had) The Time of my Life” e a banda continua tocando e a gente continua dançando.

O show é daqueles que te faz sair do teatro rindo de orellha a orelha. Te faz sentir bem, querer dançar e correr pra casa pra ver o filme de novo e de novo. Eu fiquei super feliz que resolvi ir e ver a performance ao vivo de um dos meus filmes favoritos de todos os tempos.

Não pode tirar fotos do show, mas você pode ver um pedacinho do clipe aqui:

 

Informações Úteis

Website: http://www.dirtydancinglondon.com/ ( está temporariamente desativado pois saiu de cartaz. Volta em breve.

Quando: Todos os dias, menos às segundas-feiras e dia 25 de Dezembro. O musical “Dirty Dancing” está em Londres por tempo limitado até o dia 23 de fevereiro de 2014 no Piccadilly Theatre , além de estar numa turnê pelo Reino Unido nos próximos meses (veja aqui as datas e locais).

Onde: Picaddily Theatre – 16 Denman Street – Londres (Metrô – Piccadilly Circus )

Horário: 19:30 e aos sabados e domingos, também as 14:30

Preços: a partir de  £26.50 a £97.00 mais uma taxa de  £3.00 se você comprar o ingresso online.

 E você? Curte o filme Dirty Dancing? Gostaria de vê-lo no musical ao vivo? 

 

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