Quando fomos a Paris em abril de 2011 eu estava grávida, no final do primeiro trimestre (11 semanas), e a Julia estava com 3 anos e meio, então na verdade esse post não é só “Paris com crianças” e sim “Paris com uma criança e uma grávida”, mas vamos combinar que não é um título que soa muito bem 🙂 Eu já tinha ido a Paris duas vezes anteriormente (uma vez no verão e outra no inverno), mas era a primeira vez do meu marido e dos meus pais na cidade (e da Julia também), e a primeira vez que eu visitei a cidade na primavera. Ficamos 7 dias e o nosso roteiro foi bem básico, com todas as atrações turísticas de quem vai a Paris pela primeira vez, mais as atrações que interessavam a uma menininha de 3 anos.
Hospedagem
Uma das decisões que tomamos ainda no planejamento da viagem foi que ao invés de hotel, procuraríamos um apartamento pra alugar. Hotéis em Paris são famosos por serem caros e pequenos, das outras vezes que fui realmente fiquei em hotéis que não teriam espaço para uma cama extra pra Julia. Como meus pais estavam indo também, um apartamento acomodaria melhor a nós todos, seria mais barato do que dois quartos de hotel e seria mais bem localizado do que hotéis na mesma faixa de preço. Depois de ler os posts sobre como alugar apartamento no exterior lá no Viaje na Viagem, contactei as agências indicadas por lá e levei algumas semanas pesquisando apartamentos diversos e trocando emails com a agência que usamos, a Paris Attitude. Vários dos apartamentos que eu tinha gostado já não estavam disponíveis (isso era início de dezembro e a viagem seria em início de abril), mas acabamos alugando um apartamento lindo de dois quartos e dois banheiros bem grande no 5º arrondissement, pertinho do Jardim de Luxemburgo. Aqui tem o post que fiz no Colagem contando todos os detalhes do nosso apartamento em Paris e do processo para alugar. Valeu muito a pena! Quem tem crianças sabe como facilita a vida ter uma cozinha, e ali pertinho tinha uma padaria maravilhosa e um supermercado, íamos a pé. A única coisa que faltava no apartamento era uma secadora de roupa (tinha máquina de lavar mas não de secar), então a gente usou uma lavanderia perto. Um alerta sobre os apartamentos para alugar em Paris: a prefeitura está tentando acabar com aluguel de temporada, então pode ser que muito em breve essa forma de hospedagem não seja mais uma opção.
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Comida
A maioria absoluta dos restaurantes oferecia sempre de fazer um prato especial para a Julia, com comidas mais simples, tipo um arroz, ovo, batata, bife, saladinha, coisinhas mais básicas. Era a gente sentar e começar a ver o menu que o garçon ou garçonete vinha falar o que a gente ia querer para ela e o que eles poderiam fazer. Era uma mistureba de inglês e francês até a gente se acertar, mas não tivemos problema. Os crepes e galettes, assim como os croissants e sanduíches na baguette eram sempre uma pedida certeira para ela. A única coisa que me irritou um pouco foi que eles sempre traziam balas pra dar pra Julia logo que a gente sentava à mesa, e na maioria das vezes, colocavam logo um punhado de balas diretamente na mão dela. Além de eu não querer que ela coma tanta bala o tempo todo, eles não me pediam permissão e o agravante é que eles davam antes mesmo da comida chegar, e aí era uma briga pra guardar a bala pra mais tarde. Em algumas (poucas) ocasiões nós pedimos comida para levar pra comer no apartamento, mas isso não é muito comum em Paris e foi engraçado porque eles não deixavam pedir certos pratos (porque não iam ficar bons se levados e esfriassem no caminho!) e não tinham caixinhas nem nada pra levar a comida, tivemos que levar nos pratos de louça e depois voltar no restaurante pra devolver, comédia. Mas pelo menos eles foram bacanas e toparam fazer isso. Tomamos muito sorvete: tanto na maravilhosa sorveteria italiana Amorino, espalhada pela cidade, quando os sorvetes da Maison Berthillon, que provamos na loja histórica em Île Saint Louis (mas o sorvete da marca é vendido em diversos restaurantes e cafés pela cidade).
Transporte
Como em Paris anda-se muito a pé o tempo todo, levamos o carrinho pra Julia, porque certamente ela não aguentaria o dia inteiro de caminhada e ia pedir colo. O carrinho guarda-chuva levinho que é nosso companheiro de viagens desde que ela era bebê foi perfeito, e a capa de chuva do carrinho foi bastante utilizada – pegamos vários dias nublados e com garoa. Como eu estava grávida (e já tinha tido problemas com outras gravidezes), estava pegando leve, e não encarei algumas escadarias como a da Notre Dame e do Arco do Triunfo (que eu já tinha subido antes, e de qualquer forma tem um elevador para deficientes físicos que eu poderia ter usado). Nem todas as estações de metrô tem elevador (acho que a maioria não tem), então você acaba tendo que carregar carrinho escada acima – escada abaixo muitas vezes.
Ingressos
Crianças com menos de 3 anos não pagam ingressos na maioria das atrações, e nem passagens no metrô. Entre 4-12 anos as crianças pagam metade do valor do adulto no metrô. Museus de um modo geral são gratuitos para menores de 18 anos. De todos os passeios que fizemos, para a Julia só tivemos que pagar o ingresso para a Disney e o parquinho do Jardim de Luxemburgo (surpreendentemente!), o resto foi de graça.
Para quem vai com bebê
Lugares pra trocar fralda são raríssimos, a maioria dos banheiros não tem espaço pra isso; os franceses e europeus de um modo geral trocam as fraldas dos seus bebês nos carrinhos mesmo, colocando o carrinho na posição que deita completamente. Então pra quem vai pra Paris (e Europa em geral) com bebê, é bom ter um carrinho que deite pra você usar como trocador.
Atrações turísticas de Paris preferidas da Julia
Torre Eiffel: ela amou a torre, já chegou na cidade procurando por ela (tínhamos mostrado fotos e lido livros a respeito da cidade antes da viagem), e toda vez que ela via a torre, apontava pra gente: “Mamãe, olha, a Torre Eiffel!” Essa foi a frase mais ouvida da viagem, com certeza. Quando viu a torre de perto ficou impressionadíssima, e literalmente boquiaberta com as luzes da torre piscando a noite. Até hoje, quase dois anos depois, ela ainda fala da Torre Eiffel. Pra quem vai com crianças e não quer esperar na longa fila, você pode comprar ingressos online pelo site da torre. Nós chegamos pela estação Trocadero, que tem uma bela vista da torre a distância, e fomos nos aproximando da torre passando pelos belos jardins floridos do Trocadero.
Centre Pompidou: a começar pela fonte Stravinsky coloridíssima que fica ao lado do Pompidou, que é o museu de arte moderna da cidade (ela não queria nem sair de perto da fonte pra entrar no museu), Julia gostou de muitas coisas que viu depois que entrou. Ela gosta principalmente das instalações que pode tocar e interagir, e tinha uma exposição temporária cheia de bolas espelhadas que ela adorou. Na saída, tinha ainda um cara fazendo bolhas de sabão gigante na frente do museu, ela ficou vidrada assistindo. Nós fomos por acaso no primeiro domingo do mês, quando os museus são gratuitos em Paris, e foi bom que chegamos cedo porque quando estávamos saindo no início da tarde a fila para entrar era imensa.
Disney Paris: nós quase não fomos a Disney porque a Julia ficou doente no dia que tínhamos programado e mesmo no dia seguinte ainda não estava 100%, mas como ela já estava pedindo há tempos acabei topando. Ela amou, claro: almoçamos com os personagens no Café Mickey, que é o almoço com personagens que tem o Mickey, Minnie, Pato Donald, Pateta, e outros personagens famosos mas que não é carésimo como o restaurante Auberge de Cendrillon que tem refeições com as princesas por exemplo. Ela adorou os brinquedos todos da Fantasyland e quis ir em tudo, até eu fiquei surpresa porque normalmente ela tem medo da maioria desses brinquedos. Saiu de lá felicíssima achando graça que o Mickey também sabe falar francês. Você pode comprar os ingressos para a Disney pelo site e já levar impresso de casa mesmo. Parar ir de Paris até lá, você pega o trem RER-A até Marne-la-Vallée-Chessy. Cuidado que os ingressos de metrô de Paris não valem até lá, se você não comprar o bilhete correto tem o risco de pagar uma multa na saída da estação (os guardas já sabem que os turistas cometem esse erro e já ficam ali esperando pra isso). Tente fazer reservas se quiser fazer uma refeição com personagens, ou chegue bem cedo. Nós demos sorte porque chegamos cedo e conseguimos sentar, duas famílias atrás da gente já não conseguiram.
Jardim de Luxemburgo: o enorme jardim pertíssimo do nosso apartamento tem um parquinho (pago) fenomenal. Fizemos um piquenique com sanduíches na baguette comprados ali pertinho e depois a Julia se acabou de brincar com a criançada no parquinho. Ela não queria ir embora de jeito nenhum, saiu no final do dia em meio a muitos protestos! Ela não quis ir no carrossel antigo que fica ao lado do parquinho e não tinha ninguém brincando com os barquinhos de controle remoto no lago nesse dia. O jardim estava repleto de tulipas lindíssimas, e lotado de gente aproveitando o dia de sol primaveril. O parquinho custava na época 2,60 euros pra crianças e 1,60 por adulto, e você pode entrar e sair com um carimbo na mão.
Artistas de rua: Paris tem um monte de artistas de rua por todo lado, das estações do metrô as esquinas perto dos lugares turísticos, tem gente tocando música, imitando estátua, fazendo malabarismo, dançando, um pouco de tudo. E claro que a Julia achou isso tudo um barato, e queria parar pra assistir as performances. Essa da foto é engraçada: eu tenho quase certeza que vi esse mesmo cara neste mesmo lugar na viagem anterior que fiz a Paris, em 2000!
Palais Royal: o palácio que tem um jardim maravilhoso foi um dos lugares preferidos da Julia por causa das inúmeras colunas que ela adorou subir e descer. Ficou lá um tempão correndo por entre as colunas, subindo e fazendo poses, pulando, saiu de lá satisfeita. Infelizmente um tapume de obras bloqueava a vista do jardim da praça das colunas, uma pena porque a vista é bonita. Pertinho do Louvre.
Notre Dame: a grande igreja famosa chamou a atenção da Julia por pouco tempo, ela achou bonitos os vitrais coloridos; mas o que ela gostou mesmo foi do parquinho no jardim dos fundos da Notre Dame, brincou bastante ali com outras crianças, e dos canteiros de tulipas e íris que estavam espetaculares. Pediu pra tirar fotos com as flores e se divertiu pisando nas poças d’água que a chuva da manhã tinha deixado.
Ladurée: na verdade não faria nenhuma diferença se fosse um outro local, o que ela amou mesmo foi tomar chocolate quente comendo macarons. Até então ela nem sabia o que eram macarons, mas assim que entrou na Ladurée e viu os “biscoitinhos coloridos” ela quis comer. Gostou, claro, tomou o seu chocolate de colherinha e achou a melhor coisa do mundo. A Ladurée, famosa pelos seus macarons, fica na Avenida Champs-Elysées. Nós tomamos chá e café acompanhados por macarons, bolos e tortas, tudo bem gostoso.
Louvre: Julia adorou correr pelas áreas abertas do Louvre, perto das pirâmides e das fontes. Do museu em si o que ela achou mais legal foi que ele era um palácio “de verdade” e admirou a decoração luxuosa do interior. Não entendeu porque tinha tanta gente querendo ver a Mona Lisa, porque ela não achou a menor graça naquele quadro 😉
Compras: como nós moramos nos EUA, roupas e outros itens infantis em Paris não compensam muito pra gente, mas pra quem vai do Brasil pode valer a pena. Mesmo com o câmbio desfavorável ainda comprei umas roupinhas diferentes pra Julia por lá, tem muita coisa linda. A minha loja preferida em termos de custo x benefício é a Du Pareil au Même, que tem roupas muito bonitinhas e moderninhas a ótimos preços, comparo com a Gap Kids aqui nos EUA. Tem várias espalhadas pela cidade, veja os endereços no site. Um outro lugar bacana pra quem quer comprar roupas, sapatos e itens de decoração para crianças é a Rue Vavin, coladinha no Jardim de Luxemburgo, que tem um monte de lojas infantis quase que lado a lado. Algumas das lojas que vi por lá: Atelier de Courcelles (roupas), Berlingot (roupas), Little Big World (sapatos), Catimini (roupas), Ooxoo (roupas), Ikks Junior (roupas), Kaloo (roupas e itens de decoração). Tem mais do que isso, mas não andei a rua toda.
Você pode ver os relatos dia-a-dia da nossa viagem a Paris no meu blog pessoal, o Colagem.
Veja tudo o que já publicamos sobre Paris aqui no blog.
Para informações fresquinhas de Paris com crianças, veja o blog Paris des Petits, escrito por duas mães brasileiras que moram na cidade. E a Sut-Mie do Viajando com Pimpolhos que já morou em Paris tem sempre ótimas dicas da cidade.
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Lu, q louco ver essas fotos da Julia, isso pq mal conheco ela! imagino pra vc como é “olhar pra tras”- td bem q ela ainda e uma crianca pequena, mas aí ela estava com uma carinha bebezitica, e agora ela tem cara de mulherzinha!!!
Hahaha é isso mesmo Helô! Eles crescem muito rápido mesmo!
Oi, Lu. Tudo bem? 😉
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem. Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie – Boia Paulista
Obrigada Natalie! 🙂
Fui em julho com meu marido e filha de 3 anos, fiz a maioria destes passeios que vc fez, assistimos o espetéculo de 14 de julho da queda da Bastilha na Torre Eiffel, a Manuela amou todos os passeios pois no fim de cada um deles no caminho do Hotel em Quartier Latin tinha um belo parquinho no Square Paul Langevin no qual ela se divertia quase todo entardecer.
Um passeio que não vale a pena é Jardin des Plantes caro e sem graça
Larissa, deve ter sido muito legal passar o 14 de julho lá! Obrigada pelas dicas!
Adorei suas fotos, muito interessante seu blog.
Beeijos
Obrigada, Suelen!
Oi Luciana, tudo bem?
Parabéns pelo seu blog, suas dicas são incríveis!
Iremos a Paris em Junho com as crianças ( 4 e 2 anos). Estamos pesquisando hospedagem e sobre sua dica de apto pra alugar; como foram as negociações com a agencia, é mesmo confiável, etc.
Desde já agradeço muito.
Atte.
Renata
Obrigada Renata. A agência é confiável, mas no momento a prefeitura está fiscalizando os aluguéis por temporada, então quem aluga pode correr o risco de ter um fiscal batendo a sua porta (aconteceu com uma pessoa de um grupo que participo). Eles não tiveram que sair do apto nem nada, mas ficaram preocupados. Se você quiser alugar mesmo assim, pode usar a Paris Attitude que a nossa experiência com eles foi muito boa.
Olá Luciana, excelente post! Obrigado por todas as informações.
Tenho uma dúvida. Vou para Paris em Abril 2015 e ireo com meu filho de 4 anos. Vou levar um carrinho tipo guarda-chuvas, pois ele não aguenta andar muito. Além de Versailles, vc conhece outras atrações que não permitem carrinhos de bebe? E a Torre Eifel, permite?
Obrigado
Rodrigo, na Torre a gente subiu com o carrinho dobrado. Na maioria dos lugares não tem o menor problema. Em restaurantes o mais comum é dobrar e colocar em algum cantinho ou embaixo da mesa se não tiver outro lugar.
Nosa que bom encontrar suas dicas. Vou para Paris com o meu filho em julho. Ele tem a mesma idade da sua filha nessa viajem e já anda dizendo a todo mundo que vai conhecer a torre Eiffel kkkk. Como é andar no metrô com o a carrinho de bebê. Alguma recomendação?
É complicado viu, pq muitas estações não tem elevadores, só escadas… então leve um carrinho leve e esteja com outra pessoa pra te ajudar.