Não canso de falar que realmente não entendo como alguém pode querer visitar um museu de cera quando é possível ver – de graça! – algumas das mais incríveis obras de arte da humanidade. Resolvi então começar uma série de posts pra mostrar o que os museus londrinos tem, e vou começar pela National Gallery, um dos lugares mais surreais que já pisei.
Digo surreal porque é as vezes difícil de acreditar que tanta cultura e tanta história estão reunidas sob o mesmo teto, e você não precisa desembolsar 1 tostão pra ir lá ver. Acho emocionante, e faço questão de dar uma passada lá sempre que alguém nos visita ou tô de bobeira pela região.
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Selecionei essas dez obras de acordo com o meu gosto pessoal hein? Tem muito, mais muito mais quadros de cair o queixo por lá. Também preferi não repetir artistas. Ah, não espere uma explicação profissional: sou amadora no assunto, mais uma amante das artes.
Explicações feitas, vamos aos meu top ten (sem ordem de preferência e usando o nome das obras em inglês):
- A Young Woman Standing at a Virginal, Johannes Vermeer (entre 1670 e 1672)
Vermeer. Você é o pintor mais incrível da Holanda. E ponto. Adoro seus quadros com o personagem ao lado da janela. Olhem a perfeição da sombra logo ali abaixo da janela. Eu queria muito ter vivido nessa época – e ter sido rica, claro – pro Vermeer ter me pintado.
- Miss La La at the Cirque Fernando, Hilaire-Germain-Edgar Degas (1879)
Esse quadro é incrível! Adoro porque é inusitado pra caramba, e também porque eu sempre lembro da minha amigona Marília, que fazia aula de circo e ficava assim pendurada nas alturas!
- Sunflowers, Vincent Van Gogh (1888)
Ah, os girassóis de Van Gogh, talvez a tela mais reproduzida em posters no mundo inteiro. Existem 4 versões, já vi duas delas – a outra no museu Van Gogh lá em Amsterdã. Curiosidade: ele pintou as telas de girassóis para o quarto de hóspedes da sua casa, pois estava para recber Paul Gauguin. E foi após uma discussão feia com o próprio que Van Gogh cortou parte da orelha.
- The Arnolfini Portrait, Jan van Eyck (1434)
Essa tela é considerada a mais famosa de Van Eyck. Eu gosto demais dos pintores holandeses dessa época e da complexidade de detalhes de seus quadros. Tá vendo a inscrição lá na parede do fundo, acima do espelho? É a assinatura do artista, traduzido do latim significa: “Jan van Eyck esteve aqui em 1434”. Dá pra passar horas e horas admirando essa pintura procurando os menores detalhes.
- The Courtyard of a House in Delft, Pieter De Hooch (1658)
Pintura holandesa: check. Na cidade mais linda da Holanda: check. Dá muito pra imaginar como era Delft nessa época…
- The Execution of Lady Jane Grey, Paul Delaroche (1833)
É um tanto quanto mórbida a explicação do porque que gosto dessa tela: acho incrível o nervoso que me dá de olhar pra ela. Fácil adivinhar o que está acontecendo né? A mocinha está prestes a ser decapitada. Lady Jane Grey, protestante, foi Rainha da Inglaterra por apenas 9 dias em 1533, e esse foi seu fim – quem tomou seu lugar foi a católica Mary.
- The Toilet of Venus, Diego Velázquez (entre 1647 e 1651)
De todos os “nus” da história da arte, esse é definitivamente um dos mais famosos. Dizem que foi pintado para um playboy da época, filhinho de papai mesmo. Maaaas, as vezes nem o influente papai resolve seus problemas, então o cara tinha que esconder a pintura da Inquisição. Esse lance do personagem olhar no espelho sempre chama minha atenção: nesse caso, gosto do contraste do corpo etéreo e perfeito dela com o olhar dark no reflexo.
- The Umbrellas, Pierre-August Renoir (entre 1881 e 1886)
A simplicidade do tema – a multidão na rua abrindo os guarda chuvas porque foram pegos de surpresa – é pra mim o mais legal da tela, se bem que a história dela é também interessante. Renoir pintou em duas etapas: a mocinha a esquerda veio depois, quando ele já estava mudando seu estilo. Dá pra notar que ela é menos desfocada do que o restante da pintura?
- The Virgin of the Rocks, Leonardo Da Vinci (entre 1491 e 1508)
Tá rolando uma febre “davinciana” por causa da exposição na National Gallery (que tive o privilégio de ir, mas acabei nem falando sobre), o que eu particularmente acho muito bacana. Tenho o palpite de que as visitas ao museu especialmente para ver essa pintura devem aumentar. The Virgin of the Rocks foi uma das principais atrações da exposição, pois pela primeira vez ficou sob o mesmo teto da outra The Virgin of the Rocks, que pertence ao Louvre.
- The Execution of Maximilian, Edouard Manet (entre 1867 e 1868)
Se não me engano, existe uma versão finalizada dessa pintura. Essa aí está assim mesmo, inacabada, na National Gallery. Gosto dela justamente por isso – o fato de estar em fragmentos me dá a sensação de que Manet chegará a qualquer momento para terminá-la. Mais uma pintura que retrata os instantes antecedentes a execução de alguém, sempre provoca uma reação mais forte, não?
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Excelente seleção, Helo!
Também sou ardorosa fã de Vermeer e já fui pra Delft e pra algumas cidades onde tem quadros dele só para vê-los. 🙂
Cá, vc acredita q já fui pra Delft mas não deu tempo de ver nada? só uma voltinha pela cidade, vapt vupt.. preciso voltar e tbém ir a Haia pra ver a moça com brinco de pérola.
Parabéns pelas escolhas! Elas realmente são maravilhosas! Estaremos passando por Londres em meados de julho e não deixaremos de dar uma passadinha na National Gallery para apreciar tudo o que tem de bom lá, para os olhos e para a alma.
Oi Marilde! Vc vai amar, com toda certeza. Depois me conta quais foram suas obras favoritas?
Realmente este lugar é surreal!
Tive a oportunidade de visitar e fiquei emocionada em ver pessoalmente tantas telas que só via por livros, internet, televisão…
Acho obrigatório para quem vai a Londres 🙂
Helo, esse post está redondinho pra gente visitar o museu, hein?
Amei… muito thank you pro cê
Sou um apaixonado por Londres e acho que a National Gallery é passagem obrigatária para quem vai visitar a cidade, mesmo que o tempo para em Londres seja curto, parabéns pelas belas e maravilhosas dicas de seu blog.
Olá
A pintura ; The Execution of Maximilian, Edouard Manet (entre 1867 e 1868)
1, não existe nenhuma como está acabada, e se existe-se seria uma cópia.
2, o que lhe falta não é devido que não tenha sido acabada, mas sim pelo facto que foi cortada, (rasgada em partes) as partes que lhe faltam nunca foram encontradas, as partes que se vê foram coladas neste grande quadro, isso se pode ver ao vivo, que não é pintado, mas sim colado.
Esta é a explicação encontrada, ao lado da pintura no National Gallery London
Oi Jose. Existem outras versoes sim, uma no Museum of Fine Arts de Boston e outra no museu de Mannheim na Alemanha.
Obrigada pelas observacoes!
“Após a morte de Manet, a tela foi cortada em fragmentos, que foram vendidos separadamente. Edgar Degas finalmente comprou todos os fragmentos sobreviventes e os remontou em uma única tela. ” Explicação constante na aba
“description” site da National Gallery https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/edouard-manet-the-execution-of-maximilian
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