Eu sou blogueira de viagem, portanto adoro viajar. Viajar não é apenas um prazer, é também um hobby que se tornou profissão (esse blog está aqui como prova!), mas esse fato não mudou em nada a felicidade que tenho quando pego a estrada, entro em um trem ou embarco em um avião. Seja para um destino novo ou pra visitar novamente uma cidade que eu já conheço, seja para passar férias prolongadas ou pra fazer um bate-volta, viajar nunca será algo que vai perder o encanto pra mim.
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Apesar disso, eu sei das minhas limitações: financeiras, de tempo, de disposição. Eu viajo dentro dos meus limites, e faço o possível para aproveitar o destino da melhor maneira possível. E as vezes, é preciso simplesmente riscar alguma coisa do roteiro. Ser realista. Aproveitar a estadia sem fazer das tripas coração só pra ‘visitar por visitar’.
Por exemplo: volta e meia alguém pergunta aqui no blog se vale a pena fazer um bate-volta de Paris a Londres (ou vice versa). Eu sempre respondo: não!!! São duas cidades imensas, intensas e incríveis. Pra que sacrificar um dia em uma delas (e morrer de exaustão no retorno) pra mal conhecer a outra? Só pra falar que visitou tal cidade e marcar ‘um país a mais’ na lista? Não, não vale a pena. Olha, eu amo fazer passeios bate-volta, mas é preciso escolher o destino racionalmente.
Londres e Paris são apenas um exemplo. Volta e meia alguém pergunta a mesma coisa sobre Roma e Florença, ou Florença e Veneza. Ou seja, no mesmo país, mas ainda assim, meu conselho é NÃO! Todas essas cidades tem muito o que oferecer em termos de paisagem, história e cultura. Quer fazer um passeio bate-volta? Pesquise lugares menores, mais próximos.
Acho que há também uma pressão grande nas redes sociais. Assim que postamos a foto do lugar onde estamos, alguém vai comentar ‘não deixe de ir pra esse outro lugar’ ou ‘ah, já fui nessa cidade, mas a outra que está aí perto e eu também conheci é muito melhor’. Resultado? Em vez de apreciarmos o lugar onde estamos, ficamos frustrados por não visitar um outro lugar que a princípio nem estava no roteiro! Aconteceu isso comigo quando estive em Hamburgo e fiz um bate-volta a Lubeck. Alguém me falou que outra cidadezinha, ali perto, é muito linda e merecia ser visitada. Eu sei que a intenção foi das melhores, mas depois, quando me peguei pesquisando sobre a cidade que não fui, é que me toquei que fiquei pensando mais nela do que linda Lubeck.
A tentação de marcar um país novo na lista é grande, eu sei. Eu tenho minha listinha de países e cidades visitados no TripAdvisor (que aliás, adora me ‘avisar’ qual o percentual do mundo eu conheço). Mas colocar seus pés em UMA cidade de um país – ainda que te dê um carimbo no passaporte e faça sua lista ficar mais pompuda – não quer dizer que você realmente conhece tal país.
Eu sei também que viajar custa caro, ainda mais quando o câmbio não está a favor da nossa moeda, Queremos fazer o orçamento render, e fazer mais e mais e mais. Afinal, nunca se sabe quando teremos o suficiente pra cair na estrada de novo. Mas repito: sua viagem será muito mais engrandecedora se você se dedicar a explorar todos os cantos de uma cidade do que a praça principal de cinco cidades.
Bom, se você chegou até aqui, agradeço a companhia nesse meu desabafo! E me conta: você já se sentiu frustrado pelas limitações de viagem?
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Muitas vezes isso já acontece até mesmo na programação da viagem! Principalmente se for na Europa, onde os países são tão próximos! Chamo de “Síndrome da Jaque” , “Já que” estou aqui vou ali…rsrsrs
Mas concordo com seu ponto de vista, prefiro conhece melhor um lugar que vários superficialmente. Se for uma viagem com mais dias disponíveis sugiro de 4 a 5 dias em cada cidade! Tudo depende do interesse de cada um! Mas com certeza toda experiência é válida!
Gostei muito do texto. Concordo plenamente com vc quando diz que conhecer 1 cidade de determinado país não dá o direito de dizer que conhecer realmente esse país.
Se eu contar que passei um dia em NY enfiada em um hotel dormindo, e só sai do quarto para me jogar em um hamburguer…kkkkkkk
Acho que nós viajantes também precisamos de Quality Time nas nossas viagens.
Post fantástico, Helô
Obrigada Lu!!! Com certeza -de que adianta se arrastar pelas ruas pra ficar acabado fisicamente e não ter nem energia pra seguir viagem depois?
Ah, adorei o post. E sim, quantas e quantas vezes já me senti frustrada com as limitações. Inclusive agora, que iniciei um novo emprego e só terei férias em 2017 (essa política de férias Brasileira é péssima – por sinal).
Mas enfim, concordo muito com o que você falou. Acho que a gente tem que pegar a oportunidade de ir até tal lugar e focar lá. Tentar tirar o maior proveito da viagem e dar a ela o tempo mínimo necessário.
Recentemente uma amiga, que tava em uma conexão longa por NY, e que aproveitou as horas para rodar em alguns pontos turísticos da cidade, me disse que “conheceu” e não curtiu NY. Por favor né? Não dá nem pra discutir!
Heloísa, é isso mesmo. Não adianta querer abraçar o mundo em uma única viagem. As pessoas teimam em querem fazer isso … Pesquisar e programar, acredito serem a chave de uma boa viagem.
Para se conhecer um país, uma cidade, depende, lógico, do gosto de cada viajante, mas, na minha humilde e sincera, opinião, quanto mais tempo vc puder experimentar o local, melhor.
Heloísa, é isso mesmo. Não adianta querer abraçar o mundo em uma única viagem. As pessoas teimam em querer fazer isso … Pesquisar e programar, acredito serem a chave de uma boa viagem.
Para se conhecer um país, uma cidade, depende, lógico, do gosto de cada viajante, mas, na minha humilde e sincera, opinião, quanto mais tempo vc puder experimentar o local, melhor.
Legal o texto. Às vezes é difícil, parece que estamos tão perto de um outro destino, mas o “slow travel” vale muito a pena, permite outras sensações melhores do que apenas ticar um novo destino no mapa. Caminhar devagar, curtir o caminho, a atmosfera do lugar, sentar num café, descobrir como andar de metrô, conversar com outras pessoas, se perder e se achar, enfim, são sensações muito, muito boas. Mais dias num mesmo destino, dormir bem e acordar disposto, menos check in e check out, passeios bate e volta para pequenos lugares perto, isso sim nos renova por dentro e por gora.
Concordo com quem disse que as limitações começam na programação… Tanta coisa pra ver contra poucos dias e $$$ disponíveis… Que sofrimento!
Mas eu acho que depende também da nossa disposição e objetivos, sabe? Fiz mochilão de 30 dias pela Europa pulando de cidade em cidade e amei, não trocaria nunca por ter ficado em só 4, por exemplo, porque eu vivenciei toda a experiência, não somente das cidades, mas também todos os perrengues, desafios e conquistas dessa primeira grande viagem ao velho continente. E somente dessa forma eu acho que pude “entender” a Europa, com suas curtas distâncias e diversidades absurdas. Já fiz isso uma outra vez, mas na metade do tempo com menos cidades, e ainda assim achei válido porque eu já estava bem mais experiente. Lamento tanto ficar 10 dias numa cidade quanto ficar 1, queria ficar 365 em cada! E também acho que depende da cidade… Já fiquei 20 dias em NY e acho que não conheço nada, fiquei 2 dias em Bruxelas e estou satisfeita…
Eu adorei o gostinho de “quero mais” em todas as cidades que passei rapidinho e foi um sonho poder voltar com mais calma em algumas delas. Ficar mais tempo é sim maravilhoso, não estou discordando disso de forma alguma! Quem me dera eu pudesse! Em Londres fiz questão de ficar 8 dias (que é igual a nada!) e morro de saudades… Mas como foi emocionante pisar em Madri por poucas horas, ou “conhecer” Barcelona e Los Angeles em míseros 2 dias! Ah, um dia eu volto! E na volta ainda dou um pulinho em outra cidade nova!
(desculpa o textão!)
obrigada pelo depoimento, Paula!
[…] é sensacional, mas tem tantas cidades por perto que a vontade de conhecer mais (porém sempre dentro dos nossos limites!) fez a gente programar uma visita a Sitges. Assim como Girona, é muito fácil ir pra lá. Pegamos […]
Helo,
Sei que as pessoas fazem com a melhor das intençoes, mas Gezoooos, é chato demais ficar dando palpite na viagem alheia, falar vai ali, vai aqui, voce nao pode perder esse restaurante, esta atraçao. Obvio que o tempo é curto, que tem lugares que sabe-se la quando vamos voltar, mas sou da tua turma, sem correria, com calma, aproveitando no meu ritmo. é impossivel abraçar o mundo, em todos os aspectos da nossa vida.
Nossa estou nessa situação , vou fazer intercâmbio em malta , por um mês , e num dos finais de semana vou para Roma, mais queria ir em Paris também só que ai e menos um final de semana em malta .. Então vou sacrificar a oportunidade de conhecer mais um país para aproveitar malta .
faz bem! se eu fosse vc nem ia para Roma! Malta é tão maravilhosa!
[…] Diário de viajante: o lugar que a gente não vai […]
Concordo 100% com essa colocação. Não dá para fazer a viagem dos outros com o seu tempo, o seu dinheiro e as suas preferências. Acho que com o tempo a gente aprende qual é a melhor viagem. E uma das melhores coisas de uma viagem é ter tempo de curtir aquilo que você gostou ao invés de fazer check list. Eu ainda estou aprendendo, mas vendo que minhas viagens estão cada vez melhores para mim. Que eu tenha saúde e dinheiro para fazer muitas outras! Muito bom seu post!